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segunda-feira, 23 de abril de 2012

INVESTIDORES PEDEM QUE UNIÃO EUROPEIA APOIE A EU ETS

Entidade que reúne mais de 80 empresas, que juntas somam €7,5 trilhões em recursos, pede para que ministros europeus adotem ações urgentes para lidar com a crise do Esquema de Comércio de Emissões

 

O preço dos créditos de carbono negociados no principal mercado do planeta, o Esquema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS), caiu mais de 60% desde o começo de 2011, sendo negociado atualmente na faixa dos €7, um valor muito abaixo do que seria necessário para que o mercado cumprisse seu objetivo: forçar empresas a buscar maneiras mais limpas de produção.

 

Nesta sexta-feira (20), ministros europeus vão se reunir para decidir o que pode ser feito para alterar esse quadro. Mas, como em encontros anteriores alguns países bloquearam medidas como a retirada de créditos do mercado, investidores resolveram colocar mais pressão na reunião de hoje.

 

O Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC), uma coalizão de 80 empresas e fundos de pensão, divulgou uma carta aberta ontem que pede uma reforma no mercado e ações imediatas para elevar o preço do carbono.

 

A entidade, que inclui gigantes como Aviva Investors, BBC Pension Trust, BNP Paribas e HSBC Investments, alega que uma combinação da recessão econômica com más políticas de geração de créditos levou a um excesso de permissões no mercado e a uma queda nos preços.

 

"O EU ETS não está produzindo os resultados para os quais foi criado. O mercado deveria reduzir as emissões ao estimular inovações tecnológicas mais limpas e eficientes. O preço atual não incentiva nem a troca de carvão por gás", afirmou Stephanie Pfeifer, diretora executiva do IIGCC.

 

A entidade também está pedindo por um aumento nas metas de redução de emissões da União Europeia, que atualmente é de 20% para 2020. Assim, a demanda por créditos cresceria.

 

"Considerando os impactos negativos que as mudanças climáticas terão na economia, os investidores temem o futuro e desejam ações decisivas agora", completou Pfeifer.

 

A ideia de elevar a meta de redução de emissões ganhou o apoio do Reino Unido. O secretário de Mudanças Climáticas, Ed Davey, declarou que seria uma medida sensata diante da queda da produção industrial, o que provocou a redução de emissões, e também que ajudaria na questão do preço do carbono.

 

Por sua vez, Connie Hedegaard, comissária europeia para Mudanças Climáticas, anunciou a antecipação para 2012 de uma revisão formal dos procedimentos de leilão de permissões de emissão sob o EU ETS que estava prevista apenas para 2013.

 

Ela completou em uma declaração publicada no site da Comissão Europeia, que com o relatório resultante da revisão ela poderá levar ao Comitê de Mudanças Climáticas alguma proposta.

 

Hedegaard também comentou que buscará adiar a liberação de novas permissões de emissão que estavam previstas para entrar no mercado este ano. Fonte: Instituto CarbonoBrasil

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