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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ENERGIA SOLAR VIRA PESADELO ALEMÃO

"Para evitar apagões, a Alemanha teve de importar temporariamente eletricidade gerada em usinas nucleares na França e na República Checa e até colocou em operação uma velha usina movida a petróleo na cidade austríaca de Graz."

 

O Estado de S.Paulo - Depois de torrar 100 bi em subsídios, país conclui que a energia solar é a mais ineficiente de todas as fontes renováveis e tenta reduzir o prejuíz

Na versão em inglês da revista alemã:
http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,809439,00.html

 

O jornal O Estado de São Paulo reproduziu no caderno Planeta desta quarta-feira (25) texto publicado pela respeitada revista alemã Der Spiegel, sobre a utilização de energia solar na Alemanha. O jornalista Alexander Neubacher aponta os problemas energéticos enfrentados pelo país europeu, considerado "um dos países mais entusiastas na adoção desse tipo de energia renovável". Segundo o texto, o governo alemão estuda como irá tratar o setor nos próximos anos diante da ineficiência que esta fonte de energia elétrica tem demonstrado.

 

Considerada um dos principais símbolos da economia verde, o uso da energia solar mudou a paisagem da Alemanha – um dos países mais entusiastas na adoção desse tipo de energia renovável. Só falta uma coisa nos 1,1 milhão de painéis solares espalhados pelos campos e telhados de residências de norte a sul do país: luz solar. Faz semanas que o sistema gera pouca ou nenhuma eletricidade. Como é comum no inverno, os dias são curtos, o tempo está ruim e o céu, encoberto.

Para evitar apagões, a Alemanha teve de importar temporariamente eletricidade gerada em usinas nucleares na França e na República Checa e até colocou em operação uma velha usina movida a petróleo na cidade austríaca de Graz.

Nas próximas semanas, o governo alemão pretende decidir como tratará a energia solar no futuro. A chanceler Angela Merkel sempre apregoou as "oportunidades de exportação", desenvolvimento, tecnologia e empregos do setor. Agora, porém, membros de seu próprio staff o estão chamando de poço sem fundo de dinheiro.

As operadores de usinas solares e proprietários de casas com painéis solares nos telhados consumiram mais de € 8 bilhões (US$10,2 bilhões) em subsídios em 2011, mas a eletricidade que geraram constituiu apenas 3% do suprimento total de energia. E os consumidores já se queixam de ter de pagar o segundo preço mais alto de eletricidade da Europa.

Pela Lei da Energia Renovável da Alemanha, cada novo sistema que se conecta à rede se qualifica a 20 anos de subsídios. Cálculos do Instituto de Pesquisas Econômicas da Renânia do Norte Westfália (RWI) indicam que os sistemas incorporados à rede em 2011 custarão aos consumidores de eletricidade cerca de €18 bilhões em subsídios nos próximos 20 anos.

"Somando todos os subsídios concedidos até agora, já superamos o nível de € 100 bilhões", diz Manuel Frondel, do RWI. Para uma família média, isso significaria uma despesa adicional de cerca de € 200 anuais, além do custo real da eletricidade.

Erro. A energia solar tem o potencial de se tornar o erro mais caro da política ambiental alemã. Ela é de longe a mais ineficiente entre todas as fontes de energia renovável, apesar de receber os maiores subsídios.

Lobistas da energia solar gostam de ofuscar o público com números sugestivos sobre a capacidade do setor. Por exemplo, eles dizem que todos os sistemas instalados juntos poderiam gerar uma produção nominal de mais de 20 gigawatts, ou duas vezes mais energia que a que está sendo produzida atualmente pelas usinas nucleares alemãs ainda em operação.

Mas isso é pura teoria. Os sistemas de energia solar só podem operar no pico de sua capacidade quando otimamente expostos aos raios do sol (1.000 watts por metro quadrado), em um ângulo ótimo (48,2 graus) e com a temperatura de módulo solar ideal (25˚C) –em outras palavras, sob condições que dificilmente existem fora de um laboratório.

De fato, todos os sistemas de energia solar alemães reunidos produzem menos eletricidade do que a de duas usinas nucleares. E mesmo esse número está atenuado, porque a energia solar em um país quase sempre nublado como a Alemanha precisa ter o suporte de usinas elétricas de reserva. O resul-tado é uma estrutura duplicada, cara e basicamente desnecessária.

É o reverso da energia eólica. Pelo mesmo custo, o vento fornece no mínimo cinco vezes mais eletricidade que o sol, ao passo que as usinas hidroelétricas geram seis vezes mais energia. Mesmoas usinas de biomassa produzem três vezes mais energia do que a tecnologia solar.

Esse rendimento fraco em termos de produção de eletricidade faz com que, de quebra, a energia solar não colabore muito para a redução das emissões de dióxido de carbono, especialmente se comparada a outros possíveis programas a serem subsidiados. Para evitar a produção de uma tonelada de CO2, a Alemanha gasta € 5 para isolar o teto de um prédio velho, investe €20 numa nova usina elétrica movida a gás ou aplica € 500 num novo sistema de energia solar.

Os benefícios para o clima são os mesmos nos três casos. Para Hans-Werner Sinn, do Instituto de Pesquisa Econômica (Ifo), de Munique, a energia solar é um "desperdício de dinheiro às expensas da proteção climática".

Decadência. Em meio a tanto prejuízo, não surpreende a participação cada vez menor da Alemanha no campo da energia solar. Em 2004, o país abocanhava uma fatia de 69% do setor global de painéis solares. Em 2010, essa participação caiu para 20%. A antiga gigante do setor, Solar-world, está passando por dificuldades. Solon e Solar Milennium, outrora consideradas empresas modelo, encerraram suas atividades. As fabricantes alemãs do setor investiram no ano passado somente 2% a 3%das receitas em pesquisa e desenvolvimento, em comparação com uma média de 6% no setor automotivo e 30% no campo da biomedicina. Enquanto isso, os concorrentes chineses oferecem sistemas de qualidade equivalentes apreços muito menores.

Para estancar a sangria de euros, o governo pretende estabelecer um limite para os subsídios ao setor. Uma nova expansão ficaria limitada a 1.000 megawatts este ano, ou seja, 6.500 megawatts a menos do que em 2011. Outra proposta em estudo prevê eliminar da lei que contempla as energias renováveis a concessão de subsídios para o setor de energia solar. Assim, os provedores de energia devem ser obrigados a fornecer uma quota de eletricidade verde, mas não é especificado em detalhes o que eles deverão fazer para atender tal quota. Isso estimularia a concorrência para a oferta da melhor tecnologia.

 

A vantagem em relação ao atual sistema é nítida: o dinheiro não mais seria investido em locais onde os maiores subsídios são pagos, mas onde uma maior quantidade de eletricidade verde pode ser gerada. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK e TEREZINHA MARTINO

 

http://www.intelog.com.br/site/default.asp?TroncoID=907492&SecaoID=508074&SubsecaoID=715052&Template=../artigosnoticias/user_exibir.asp&ID=207672&Titulo=Alemanha%20quer%20cortar%20mais%20r%E1pido%20incentivos%20%E0%20energia%20solar

ALEMANHA QUER CORTAR MAIS RÁPIDO INCENTIVOS À ENERGIA SOLAR
Comex - Mundo
BERLIM, 25 Jan (Reuters) - O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Norbert Roettgen, quer apresentar reduções nos incentivos do país à energia solar dentro de três meses, até 1o de abril, à luz da forte expansão contínua no maior mercado do mundo.

Mas Roettgen disse que quer deixar sem mudanças o caminho para novas instalações fotovoltaicas com algo entre 2,5 gigawatts (GW) e 3,5 GW por ano, repelindo a demanda da coalizão de partidos Democracia Livre de limitar novas instalações em 1 GW por ano.

Roettgen, um aliado conservador da chanceler Angela Merkel, disse que se opunha a limitar as instalações na Alemanha em 1 GW por ano, como o ministro da Economia, Philipp Roesler, o líder da coalizão partidária, havia solicitado.

"Minha meta é mudar a lei, efetivamente, a partir de 1o de abril", disse Roettgen a jornalistas após uma reunião com membros democrata-cristãos do Parlamento para discutir uma rapidez nos cortes nas tarifas subsidiadas, vital para a indústria até que os preços da energia fotovoltaica caiam a níveis similares aos da produção de energia convencional.

"É importante que nós atuemos rápido", adicionou Roettgen. "Uma cobertura concreta poderia sufocar a indústria", disse ele, referindo-se ao setor em que mais de 100 mil empregos foram criados na década passada.

Roesler alertou ser contra se tentar cortar muito tão rápido. Ele disse que era importante que as mudanças sejam apoiadas pela Câmara Alta do Parlamento, onde o apoio dos partidos de oposição será necessária para que a medida passe rapidamente.

(Por Markus Wacket)

Por REUTERS

 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

MEDIR O ROI É ESSENCIAL EM PROJETOS DE TI VERDE

Brasil - As iniciativas para redução das emissões de gases de efeito estufa podem representar redução de custos e, consequentemente, maior competitividade para as empresas de tecnologia. A implantação pela indústria de políticas e estratégias que resultem na redução de poluentes pode gerar crédito de carbono, aliando o impacto socioambiental ao aumento da lucratividade.

Segundo André Luis Saraiva, diretor de responsabilidade socioambiental da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o primeiro passo para adoção de uma política de redução de poluentes é a realização de um inventário para identificar quais áreas do negócio podem gerar créditos e, consequentemente, economia.

Nessa linha, a Vivo concluiu, em estudo, que 80% dos impactos ambientais da empresa estavam relacionados ao consumo de energia. A partir desse dado foram desenvolvidas e implantadas melhorias para a eficiência energética que podem gerar economia de até 30% na área de redes e de 10% na área de escritórios.

Além de iniciativas internas de racionalização do consumo de energia, a indústria TIC pode e estará obrigada a extrapolar os projetos para os seus consumidores, por meio da coleta e reciclagem de equipamentos. Porém, as tentativas de coleta seletiva de lixo eletrônico, especialmente bens de consumo portáteis, como celulares e laptops, ainda esbarram no alto custo da logística e na falta de conscientização da população sobre a real importância da iniciativa.

O debate sobre logística reversa – quando o fabricante é o responsável pelo descarte do produto após a venda – Forum Green Tech 2011, promovido pela revista TI INSIDE e organizado pela Converge Comunicações, em setembro passado, expôs boas práticas, mas criticou a morosidade do Congresso brasileiro na regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada pelo ex-presidente Lula em agosto do ano passado.

A lei que cria o novo plano de gestão de resíduos sólidos, que inclui toda a logística de produção e descarte de eletroeletrônicos, ainda não obteve consenso de todos os setores envolvidos para que seja regulamentada e possa ser colocada em prática.

Falta de escala

“O fato de não haver um sistema unificado que contribua para ganho de escala, e ainda o preço elevado para sua implantação, são dois pontos críticos”, diz Márcio Quintino, gerente sênior de responsabilidade ambiental e sustentabilidade corporativa da Philips do Brasil. Ele ressalta que o custo da logística reversa dos programas da empresa representa 70% das despesas, enquanto ganha-se apenas 30% com a reciclagem dos materiais.

A Philips defende que uma parte dessa despesa deve ser repassada ao consumidor. Além disso, a empresa sugere a união de projetos de empresas distintas por meio de associações para que haja um ganho de escala e volume na coleta dos materiais.

Uma pesquisa da Nokia, no entanto, mostra que o consumidor ainda não tem total domínio sobre os programas de reciclagem e a importância dos projetos na área de telefonia móvel. O estudo mostra que apenas 3% dos consumidores reciclam seus celulares obsoletos, enquanto 4% fazem o descarte em lixo comum, 24% transferem para conhecidos e 16% vendem os aparelhos.

As empresas também enfrentam problemas com o alto custo de reutilização dos reciclados no país. Hoje, todos os celulares, baterias e carregadores coletados nas 228 urnas do programa de sustentabilidade no Brasil são exportados para os Estados Unidos, onde são modificados e reutilizados.

A educação do consumidor e iniciativas do governo para redução dos custos de logística reversa é uma bandeira da Abinee. André Luis Saraiva, diretor de responsabilidade socioambiental da entidade, é enfático ao criticar as políticas públicas sobre o destino do lixo eletrônico, que desprezam mecanismos de financiamento, que poderiam contar com agências de fomento, e a educação dos cidadãos sobre as questões de sustentabilidade. “Isso sim é política pública, educação de uma nação e criação sustentada de uma política empresarial. Sem isso, não teremos ganho de escala que viabilize operações de logística reversa”, afirmou.

Vitrina para novos projetos

Datacenter verde do Itaú Unibanco gera economia e abre via para outras iniciativas sustentáveis

Definir métricas para avaliar o retorno sobre os investimentos (ROI) em TI verde é essencial para as empresas e também para garantir a continuidade dos projetos de sustentabilidade envolvendo tecnologia. A opinião, em tom de alerta, é do superintendente da área de TI do Itaú Unibanco, Júlio Cezar di Conti, que foi um dos palestrantes no Forum Green Tech 2011.

O executivo observa que é por meio da tangibilidade dos projetos de TI verde, ou seja, do que pode ser medido e avaliado, que se consegue mostrar o resultado para a alta direção da empresa e aos acionistas e, assim, continuar a investir na implantação de estratégias de sustentabilidade. Um dos principais benefícios obtidos com o uso de métricas de ROI é a melhoria da eficiência energética, com a iminente redução dos custos com energia.

“A eficiência energética paga a conta e mostra resultados mais tangíveis”, pontua Di Conti. Como exemplo, ele cita um projeto de modernização de um dos datacenters do banco, totalmente baseado em práticas de TI verde e com o qual o banco atingiu redução no consumo de energia de 43%. Em números, isso representou economia de R$ 500 mil por ano nos gastos com energia elétrica.

O Itaú Unibanco conta com diversas iniciativas de TI verde. A modernização do datacenter é uma das práticas de TI verde do Itaú Unibanco, que envolveu entre outras coisas a consolidação de servidores, por meio de um projeto de virtualização de praticamente a metade do parque de máquinas, e a compra de equipamentos mais eficientes em termos de consumo de energia, como desktops e servidores.

Além de critérios de TI verde na aquisição de equipamentos, o banco mantém um programa de reciclagem e descarte sustentável de lixo eletrônico, bem como o uso de um sistema de call center que dispensa a utilização de telefones tradicionais.

Para garantir a continuidade dessas estratégias, assim como para mapear, quantificar e acompanhar os projetos e identificar novas oportunidades de uso de TI verde, o Itaú Unibanco criou o Comitê de TI verde, que responde por todo o gerenciamento dos projetos e programas de sustentabilidade.

Liderança em boas práticas

HP prova que iniciativas sustentáveis geram crescimento, aumento da produtividade, diferenciação competitiva e estimulam a inovação

Cerca de 1,4 bilhão de quilowatts de energia economizados por meio de estratégias de design de desktops e notebooks, 50% de redução na quantidade de papel e plástico utilizados nas embalagens de impressoras, 100 mil toneladas de plásticos reciclados na fabricação de novos produtos de impressão, 10 mil servidores reciclados e 151 mil toneladas de hardware e suprimentos recuperados para reciclagem e revenda.

Esses foram alguns dos resultados obtidos pela HP Brasil com seu programa de sustentabilidade ambiental, que neste ano aparece como a quinta no ranking da Interbrand como a marca mais sustentável do mundo. E acaba de ser escolhida como a primeira colocada no ranking de 2011 das melhoras práticas ambientais pelo Greenpeace.

Os números foram apresentados pelo diretor de operações e sustentabilidade da HP Brasil, Kami Saidi. Segundo ele, políticas de sustentabilidade ambiental podem contribuir para amenizar as mudanças climáticas no planeta e, ao mesmo tempo, proporcionar crescimento, maior produtividade, diferenciação competitiva e inovações, entre outros benefícios.

Saidi cita um estudo do Gartner, segundo o qual o setor de TI hoje responde por apenas 2% das emissões globais de gases de efeito estufa e também contribui para reduzir as emissões do restante da economia.

Entre os principais aspectos em que a tecnologia da informação pode colaborar na direção de negócios sustentáveis, o executivo cita a redução do consumo de energia e emissão de carbono, a substituição de processos com intensa emissão de carbono por processos de baixo carbono e a possibilidade de habilitar o gerenciamento de uma economia de baixo carbono.

Os objetivos do programa de sustentabilidade ambiental da HP Brasil são atender a demanda crescente dos clientes por TI verde e as legislações governamentais, além de capturar valor. Para isso, Saidi conta que a companhia criou uma estrutura que inclui desde um comitê de governança para sustentabilidade, a estratégia de comunicação e a infraestrutura de TI, até a coleta de produtos. O papel do comitê é gerenciar as questões envolvendo conformidade, o posicionamento ambiental da marca, o engajamento dos acionistas, educação e acesso ao mercado.

Paralelamente a essa estrutura, a HP Brasil criou mais de 50 centros de serviço ao cliente e 55 HP Stores para fazer a logística reversa e a reciclagem de baterias, hardware e suprimentos. Em 2009, a empresa também montou o primeiro centro de reciclagem de cartuchos na América Latina com capacidade para processar 1,2 milhão de cartuchos por ano, provenientes do programa de coleta de cartuchos e das operações industriais da fabricante.

A cultura verde do Itaú Unibanco

Nessa entrevista, Roney Silva, diretor de Arquitetura e Infraestrutura do Banco Itaú Unibanco, cita as principais iniciativas de TI verde e a importância da sustentabilidade para a instituição financeira.

TI Inside - Em que momento o Itaú Unibanco identificou a necessidade de investir em projetos orientados à preservação ambiental (sustentabilidade) e por quê?

Rooney - O banco sempre teve uma cultura e foco em eficiência, antes mesmo do movimento de TI verde. Entretanto, em 2008, foi criado o Comitê de TI verde com objetivo de discutir ações com foco em sustentabilidade, identificar, consolidar e quantificar os ganhos gerados por estas ações e estimular que os aspectos de sustentabilidade fossem considerados nos projetos de TI.

TI Inside - Houve um crescimento significativo na coleta de lixo eletrônico ao longo de 2010. Qual foi a estratégia adotada para que isso acontecesse?

Rooney - Em 2010 foram enviados 3,8 mil toneladas de lixo eletrônico para descarte sustentável. Este volume de lixo eletrônico tem origem em prédios administrativos, rede de agências e datacenters e está fortemente relacionado ao movimento de migração das agências Unibanco para Itaú Unibanco e atualização de parque de equipamentos.

Em 2011, este volume ultrapassa 1,5 mil toneladas. Para implantação deste processo, foi realizado um trabalho de conscientização demonstrando os riscos do descarte inadequado dos equipamentos obsoletos de TI e os benefícios que poderíamos gerar para o meio ambiente, sociedade e para a corporação através da implantação de um modelo de descarte sustentável.

Desde 2009, antes mesmo da Política Nacional de Resíduos Sólidos ser sancionada, o descarte sustentável de equipamentos obsoletos é uma prática corporativa. Hoje quase 98% dos materiais são reaproveitados, retornando à cadeia produtiva, reduzindo assim a necessidade de extração de matérias primas.

TI Inside - Qual é o objetivo deste ano?

Rooney - Continuaremos buscando soluções que gerem eficiência. Como exemplo de ações podemos citar: modernização da infraestrutura de datacenters agregando maior segurança operacional e redução no uso de energia elétrica e espaço; virtualização e consolidação de servidores; ampliação das salas de telepresença e uso racional de impressão.

TI Inside - Seguindo as orientações de sustentabilidade, como está estruturado (configurado) o datacenter do Itaú Unibanco hoje?

Rooney - Existe uma grande preocupação com os aspectos de eficiência dentro de nossos datacenters, onde buscamos o equilíbrio entre disponibilidade e redução do consumo de energia, água e espaço. Para isto, temos adotado desde ações simples como organização das fileiras de racks, como a adoção de equipamentos mais eficientes, processos de virtualização e outras melhores práticas de mercado.

TI Inside - Vocês possuem métricas tanto de redução de custos quanto de benefícios ao meio ambiente do projeto como um todo? Quais são?

Rooney - Temos métricas e indicadores que nos ajudam a acompanhar a evolução e identificar pontos de melhorias. Estas métricas possibilitam quantificar os ganhos como consumo de energia e emissão de CO2. Podemos citar como exemplo o PUE (Power Usage Effectiveness), consumo de energia por servidores e emissão de CO2 evitada.

TI Inside - Quais são as orientações para novas aquisições de eletrônicos pela instituição?

Rooney - Na realidade, temos preocupação com todo o ciclo de vida do equipamento, desde o processo de manufatura até a destinação dos equipamentos no final de vida útil. Desta forma, o banco tem adotado critérios sociais e de sustentabilidade na escolha dos parceiros e aquisição de equipamentos de TI. Estes critérios consistem, basicamente, na aquisição de equipamentos fabricados conforme diretiva RoHS, que regula a utilização de substâncias potencialmente perigosas ao meio ambiente e ao ser humano. Atualmente, este critério é aplicado em alguns segmentos e está em fase de expansão.

TI Inside - Quais são os critérios de avaliação de novos produtos?

Rooney - As ações de TI verde são baseadas no tripé da sustentabilidade (Triple Bottom Line). Desta forma, as decisões são basedas em aspectos econômicos, sociais e ambientais.

TI Inside - Quais são os resultados, do ponto de vista da sustentabilidade, do investimento feito em telepresença?

Rooney - O uso das salas de telepresença tem um impacto muito positivo em índices de sustentabilidade. Deixamos de percorrer muitos quilômetros, economizamos com viagens aéreas, poupamos o meio ambiente reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, além de melhorar a qualidade de vida dos usuários. Os índices mostram isso. Em 2011, até o mês de agosto, foram realizadas 1.570 reuniões nas salas do Itaú Unibanco, com duração média de 1,5 horas por reunião. Deixaram de ser percorridos 6.035.692 km entre uso de automóvel e avião. Para o meio ambiente, deixamos de emitir 852 toneladas de CO2 e poupamos 5.380 árvores.

TI Inside - Descreva o ambiente de telepresença – número de salas, frequência de uso e outros detalhes que tenham disponíveis?

Rooney - O ambiente de telepresença no Itaú Unibanco foi criado em 2008 e hoje conta com 11 salas no Brasil e três salas internacionais (Miami, Londres e Nova Iorque). Em novembro deste ano haverá expansão de mais duas salas em São Paulo e uma sala em Lisboa. Ainda temos integração com mais 13 salas do Itaú Unibanco BBA, com salas em diversas localidades em São Paulo e outras capitais.

O Itaú Unibanco também possui contrato de serviço Business to Business (B2B) com a operadora BT, possibilitando a realização de reuniões de telepresença com outras empresas. A utilização das salas é controlada pela área de Service Desk, responsável pelo agendamento das reuniões e comunicação com os usuários.
Fonte: Ti Inside - 17.01.201

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PESQUISADORAS DA USP ESTUDAM BIODIESEL A PARTIR DE CIANOBACTÉRIAS

O cianodiesel é feito por meio das cianobactérias, um dos elementos vivos mais antigos da natureza. Foto:PROYECTO AGUA** /** WATER PROJECT

Uma pesquisa do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba (SP), estuda a utilização de cianobactérias como matéria prima alternativa para a produção de biodiesel. Atualmente o biocombustível é feito a partir de óleos vegetais e animais, o que preocupa os atuais governos devido ao receio quanto à escassez de alimentos.

 

O projeto, desenvolvido em parceria entre as professoras Marli de Fátima Fiore, do Cena, e Heizir Ferreira de Castro, da Escola de Engenharia de Lorena (EEL), da USP, visa extrair o lipídeo que se acumula nas células deste tipo de bactéria para transformá-lo em óleo diesel com propriedade comercial.

 

Intitulado “cianodiesel”, o novo potencial combustível deriva de um dos elementos vivos mais antigos existentes na natureza: as cianobactérias, microorganismos de aplicações biotecnológicas variadas.

 

Uma das maiores vantagens apresentadas no estudo, e que justificam as pesquisas, diz respeito à quantidade de óleo bruto que pode ser extraído em escala industrial. Segundo as pesquisadoras, enquanto o milho produz 168 litros de óleo por hectare plantado, os microrganismos fotossintetizantes podem produzir algo em torno de 140 mil litros por hectare.

 

Caroline Pamplona, uma das pesquisadoras do estudo, acredita que o aproveitamento das propriedades das cianobactérias, poderão ser grandes geradoras de energia no futuro. “A engenharia genética pode contribuir com o desenvolvimento de sistemas biológicos novos e mais eficientes, aumentando a viabilidade do cianodiesel”, apontou ao blog do Cena.

No entanto, a pesquisadora afirmou que a transição será demorada e enfrentará diversos desafios tecnológicos e políticos.

Fonte:  Publicado originalmente no site EcoD.

 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

TECNOLOGIAS LIMPAS AVANÇAM MESMO COM CRISE ECONÔMICA

Os investimentos privados em baixo carbono alcançaram US$ 8,99 bilhões em 2011, uma alta de 13% em relação ao ano anterior, e a projeção é de que em 2012 sejam ultrapassados todos os recordes registrados, afirma o Cleantech Group

A economia mundial passou um período de grandes turbulências em 2011, com a Europa atravessando o que é possivelmente a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial e os Estados Unidos enfrentando muitas dificuldades internas, com um alto índice de desemprego e endividamento. Isso torna ainda mais relevantes os números positivos apresentados nesta semana pelos setores de baixo carbono.

Segundo o levantamento do Cleantech Group, uma companhia norte-americana de pesquisas sobre o mercado de tecnologias limpas, os investimentos coorporativos e de risco em energias renováveis e outros setores de baixo carbono em 2011 foram de US$ 8,99 bilhões, resultado que fica abaixo apenas dos US$ 9,5 bilhões registrados em 2008.

Além disso, as aquisições e fusões do setor alcançaram a espantosa marca de US$ 41,2 bilhões, uma alta de 153% com relação a 2010, resultado de 391 negociações.

A maior aquisição ficou por conta da DuPont, que pagou US$ 6,3 bilhões pela Danisco, uma empresa dinamarquesa de biotecnologia.

“Apesar dos problemas econômicos mundiais, os investidores continuam acreditando nas tecnologias limpas. Levando em conta nossos dados recentes, acreditamos que 2012 apresentará o recorde histórico em investimentos em baixo carbono”, afirmou Sheeraz Haji, CEO do Cleantech Group.

Entre os setores que mais receberam recursos estão a energia solar, com US$ 1,81 bilhões, a eficiência energética, US$ 1,46 bilhões, e o transporte limpo, US$ 1,12 bilhões. 

A eficiência energética foi a mais popular, com 150 acordos de financiamento. O setor solar apresentou 111 acordos e o armazenamento de energia 61.

O maior negócio de eficiência energética foi conseguido pela OSIsoft, que levantou US$ 135 milhões para seus projetos de infraestrutura e smart grid na Califórnia.

Também do estado mais rico dos EUA veio o destaque do setor solar, com a BrightSource Energy arrecadando US$ 201 milhões para desenvolver a tecnologia de energia solar concentrada para geração elétrica.

Entre as regiões, a América do Norte lidera absoluta em quantidade de investimentos privados com US$ 6,8 bilhões, uma alta de 31% com relação a 2010. A Califórnia segue sendo o destino preferido dos recursos, recebendo 54% desse total, US$ 3,7 bilhões.

 A notícia ruim é a queda de 30% nos investimentos na Europa e em Israel, que somados alcançaram US$ 1,3 bilhões. O número de acordos também caiu, sendo registrados apenas 172 contra os 256 em 2010.

Enquanto os Estados Unidos dominam os investimentos privados, a China está se consolidando como a potência mundial em tecnologias limpas por causa dos recursos públicos; foram mais de US$ 9,6 bilhões em 2011. Apenas a Sinohydro, estatal hidroelétrica, recebeu US$ 2,12 bilhões.

Apesar do Cleantech Group não disponibilizar informações sobre o Brasil, o país recentemente foi reconhecido pela consultoria Ernst & Young como um dos 10 mais atrativos para investimentos em renováveis.

Fonte: 12/01/2012   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Cleantech Group

PREMIO GREENBEST PARA OS TOP 10 DOS SUSTENTÁVEIS

São Paulo - Quem se liga na importância das ações sustentáveis para melhorar a vida no planeta não pode perder a votação pública para o prêmio Greenbest de Sustentabilidade, em 19 categorias. Serão escolhidos, por você, quem faz a diferença nas áreas de Alimentação; Beleza; Campanhas e Publicidade; Energia; Iniciativas Governamentais; Jornalista e Blogueiro; Materiais Inovadores; Materiais para Construção e Reforma; Mobiliário; Moda; ONG; Personalidade do Ano; Produtos para Construção e Reforma; Projetos de Arquitetura e Construção; Sistemas de Eficiência Energética e Hídrica; Sites e Aplicativos; Tecnologia; Transporte e Veículo de Comunicação.

 

Ao todo são 190 empresas, instituições, produtos e profissionais que disputam o título de mais inovadores e preocupados com o meio ambiente no país. Na categoria Personalidade do Ano, por exemplo, há nomes como Marina Silva, Vik Muniz, Marcos Palmeira e Fernando Meirelles, entre outros.

 

A WWF-Brasil, por exemplo, concorre pela segunda vez consecutiva ao prêmio Greenbest de Sustentabilidade nas categorias ONG e Campanha Publicitária, com o projeto Hora do Planeta.

 

A escolha do vencedor do Greenbest, conhecido como o Oscar da internet, se divide em duas etapas: na primeira; o voto popular deve avaliar o reconhecimento do projeto e a aceitação pela sociedade. Na segunda, a avaliação será feita pelo júri especializado da Academia Greenbest, que terá seus votos auditados pela Ernst & Young Terco.

 

A votação popular busca aproximar a população de questões socioambientais, além de fazer com que as empresas recebam um retorno do mercado e dos consumidores. Para participar, basta entrar neste endereço e registrar a sua escolha.

 

Fonte: EPTV - 12.01.2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

TECNOLOGIAS LIMPAS AVANÇAM MESMO COM CRISE ECONÔMICA

Os investimentos privados em baixo carbono alcançaram US$ 8,99 bilhões em 2011, uma alta de 13% em relação ao ano anterior, e a projeção é de que em 2012 sejam ultrapassados todos os recordes registrados, afirma o Cleantech Group

A economia mundial passou um período de grandes turbulências em 2011, com a Europa atravessando o que é possivelmente a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial e os Estados Unidos enfrentando muitas dificuldades internas, com um alto índice de desemprego e endividamento. Isso torna ainda mais relevantes os números positivos apresentados nesta semana pelos setores de baixo carbono.

Segundo o levantamento do Cleantech Group, uma companhia norte-americana de pesquisas sobre o mercado de tecnologias limpas, os investimentos coorporativos e de risco em energias renováveis e outros setores de baixo carbono em 2011 foram de US$ 8,99 bilhões, resultado que fica abaixo apenas dos US$ 9,5 bilhões registrados em 2008.

Além disso, as aquisições e fusões do setor alcançaram a espantosa marca de US$ 41,2 bilhões, uma alta de 153% com relação a 2010, resultado de 391 negociações.

A maior aquisição ficou por conta da DuPont, que pagou US$ 6,3 bilhões pela Danisco, uma empresa dinamarquesa de biotecnologia.

“Apesar dos problemas econômicos mundiais, os investidores continuam acreditando nas tecnologias limpas. Levando em conta nossos dados recentes, acreditamos que 2012 apresentará o recorde histórico em investimentos em baixo carbono”, afirmou Sheeraz Haji, CEO do Cleantech Group.

Entre os setores que mais receberam recursos estão a energia solar, com US$ 1,81 bilhões, a eficiência energética, US$ 1,46 bilhões, e o transporte limpo, US$ 1,12 bilhões. 

A eficiência energética foi a mais popular, com 150 acordos de financiamento. O setor solar apresentou 111 acordos e o armazenamento de energia 61.

O maior negócio de eficiência energética foi conseguido pela OSIsoft, que levantou US$ 135 milhões para seus projetos de infraestrutura e smart grid na Califórnia.

Também do estado mais rico dos EUA veio o destaque do setor solar, com a BrightSource Energy arrecadando US$ 201 milhões para desenvolver a tecnologia de energia solar concentrada para geração elétrica.

Entre as regiões, a América do Norte lidera absoluta em quantidade de investimentos privados com US$ 6,8 bilhões, uma alta de 31% com relação a 2010. A Califórnia segue sendo o destino preferido dos recursos, recebendo 54% desse total, US$ 3,7 bilhões.

 A notícia ruim é a queda de 30% nos investimentos na Europa e em Israel, que somados alcançaram US$ 1,3 bilhões. O número de acordos também caiu, sendo registrados apenas 172 contra os 256 em 2010.

Enquanto os Estados Unidos dominam os investimentos privados, a China está se consolidando como a potência mundial em tecnologias limpas por causa dos recursos públicos; foram mais de US$ 9,6 bilhões em 2011. Apenas a Sinohydro, estatal hidroelétrica, recebeu US$ 2,12 bilhões.

Apesar do Cleantech Group não disponibilizar informações sobre o Brasil, o país recentemente foi reconhecido pela consultoria Ernst & Young como um dos 10 mais atrativos para investimentos em renováveis.

Fonte: 12/01/2012   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Cleantech Group

TECNOLOGIAS LIMPAS AVANÇAM MESMO COM CRISE ECONÔMICA

Os investimentos privados em baixo carbono alcançaram US$ 8,99 bilhões em 2011, uma alta de 13% em relação ao ano anterior, e a projeção é de que em 2012 sejam ultrapassados todos os recordes registrados, afirma o Cleantech Group

A economia mundial passou um período de grandes turbulências em 2011, com a Europa atravessando o que é possivelmente a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial e os Estados Unidos enfrentando muitas dificuldades internas, com um alto índice de desemprego e endividamento. Isso torna ainda mais relevantes os números positivos apresentados nesta semana pelos setores de baixo carbono.

Segundo o levantamento do Cleantech Group, uma companhia norte-americana de pesquisas sobre o mercado de tecnologias limpas, os investimentos coorporativos e de risco em energias renováveis e outros setores de baixo carbono em 2011 foram de US$ 8,99 bilhões, resultado que fica abaixo apenas dos US$ 9,5 bilhões registrados em 2008.

Além disso, as aquisições e fusões do setor alcançaram a espantosa marca de US$ 41,2 bilhões, uma alta de 153% com relação a 2010, resultado de 391 negociações.

A maior aquisição ficou por conta da DuPont, que pagou US$ 6,3 bilhões pela Danisco, uma empresa dinamarquesa de biotecnologia.

“Apesar dos problemas econômicos mundiais, os investidores continuam acreditando nas tecnologias limpas. Levando em conta nossos dados recentes, acreditamos que 2012 apresentará o recorde histórico em investimentos em baixo carbono”, afirmou Sheeraz Haji, CEO do Cleantech Group.

Entre os setores que mais receberam recursos estão a energia solar, com US$ 1,81 bilhões, a eficiência energética, US$ 1,46 bilhões, e o transporte limpo, US$ 1,12 bilhões. 

A eficiência energética foi a mais popular, com 150 acordos de financiamento. O setor solar apresentou 111 acordos e o armazenamento de energia 61.

O maior negócio de eficiência energética foi conseguido pela OSIsoft, que levantou US$ 135 milhões para seus projetos de infraestrutura e smart grid na Califórnia.

Também do estado mais rico dos EUA veio o destaque do setor solar, com a BrightSource Energy arrecadando US$ 201 milhões para desenvolver a tecnologia de energia solar concentrada para geração elétrica.

Entre as regiões, a América do Norte lidera absoluta em quantidade de investimentos privados com US$ 6,8 bilhões, uma alta de 31% com relação a 2010. A Califórnia segue sendo o destino preferido dos recursos, recebendo 54% desse total, US$ 3,7 bilhões.

 A notícia ruim é a queda de 30% nos investimentos na Europa e em Israel, que somados alcançaram US$ 1,3 bilhões. O número de acordos também caiu, sendo registrados apenas 172 contra os 256 em 2010.

Enquanto os Estados Unidos dominam os investimentos privados, a China está se consolidando como a potência mundial em tecnologias limpas por causa dos recursos públicos; foram mais de US$ 9,6 bilhões em 2011. Apenas a Sinohydro, estatal hidroelétrica, recebeu US$ 2,12 bilhões.

Apesar do Cleantech Group não disponibilizar informações sobre o Brasil, o país recentemente foi reconhecido pela consultoria Ernst & Young como um dos 10 mais atrativos para investimentos em renováveis.

Fonte: 12/01/2012   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Cleantech Group

TECNOLOGIAS LIMPAS AVANÇAM MESMO COM CRISE ECONÔMICA

Os investimentos privados em baixo carbono alcançaram US$ 8,99 bilhões em 2011, uma alta de 13% em relação ao ano anterior, e a projeção é de que em 2012 sejam ultrapassados todos os recordes registrados, afirma o Cleantech Group

A economia mundial passou um período de grandes turbulências em 2011, com a Europa atravessando o que é possivelmente a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial e os Estados Unidos enfrentando muitas dificuldades internas, com um alto índice de desemprego e endividamento. Isso torna ainda mais relevantes os números positivos apresentados nesta semana pelos setores de baixo carbono.

Segundo o levantamento do Cleantech Group, uma companhia norte-americana de pesquisas sobre o mercado de tecnologias limpas, os investimentos coorporativos e de risco em energias renováveis e outros setores de baixo carbono em 2011 foram de US$ 8,99 bilhões, resultado que fica abaixo apenas dos US$ 9,5 bilhões registrados em 2008.

Além disso, as aquisições e fusões do setor alcançaram a espantosa marca de US$ 41,2 bilhões, uma alta de 153% com relação a 2010, resultado de 391 negociações.

A maior aquisição ficou por conta da DuPont, que pagou US$ 6,3 bilhões pela Danisco, uma empresa dinamarquesa de biotecnologia.

“Apesar dos problemas econômicos mundiais, os investidores continuam acreditando nas tecnologias limpas. Levando em conta nossos dados recentes, acreditamos que 2012 apresentará o recorde histórico em investimentos em baixo carbono”, afirmou Sheeraz Haji, CEO do Cleantech Group.

Entre os setores que mais receberam recursos estão a energia solar, com US$ 1,81 bilhões, a eficiência energética, US$ 1,46 bilhões, e o transporte limpo, US$ 1,12 bilhões. 

A eficiência energética foi a mais popular, com 150 acordos de financiamento. O setor solar apresentou 111 acordos e o armazenamento de energia 61.

O maior negócio de eficiência energética foi conseguido pela OSIsoft, que levantou US$ 135 milhões para seus projetos de infraestrutura e smart grid na Califórnia.

Também do estado mais rico dos EUA veio o destaque do setor solar, com a BrightSource Energy arrecadando US$ 201 milhões para desenvolver a tecnologia de energia solar concentrada para geração elétrica.

Entre as regiões, a América do Norte lidera absoluta em quantidade de investimentos privados com US$ 6,8 bilhões, uma alta de 31% com relação a 2010. A Califórnia segue sendo o destino preferido dos recursos, recebendo 54% desse total, US$ 3,7 bilhões.

 A notícia ruim é a queda de 30% nos investimentos na Europa e em Israel, que somados alcançaram US$ 1,3 bilhões. O número de acordos também caiu, sendo registrados apenas 172 contra os 256 em 2010.

Enquanto os Estados Unidos dominam os investimentos privados, a China está se consolidando como a potência mundial em tecnologias limpas por causa dos recursos públicos; foram mais de US$ 9,6 bilhões em 2011. Apenas a Sinohydro, estatal hidroelétrica, recebeu US$ 2,12 bilhões.

Apesar do Cleantech Group não disponibilizar informações sobre o Brasil, o país recentemente foi reconhecido pela consultoria Ernst & Young como um dos 10 mais atrativos para investimentos em renováveis.

Fonte: 12/01/2012   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Cleantech Group

INICIATIVAS PARA APROVEITAMENTO E SUSTENTABILIDADE DE AREAS DE FLORESTAS EM PROPRIEDADES PRIVADAS

Se você é proprietário(a) de área de mata nativa maior do que 1.000 (hum mil) hectares contínuos, pode ter uma chance de financiar a preservação de suas florestas nativas, sem precisar ceder ao desmatamento.

 

Existem ONGs que apóiam projetos de REDD (remuneração pela preservação de floresta “em pé”) e que podem ser acionadas para avaliar a sua área. Caso haja parceria com outros proprietários pode ser ainda mais viável.

 

Você pode ter acesso a alguns exemplos de projetos em algumas entidades e se a sua área se encaixar nos requisitos poderá gerar um projeto de REDD. Existe também a possibilidade de criação de uma RPPN (Reserva Privada do Patrimônio Natural). Em alguns estados a criação dessas reservas possibilita a isenção de alguns impostos e a utilização dessas áreas para fins de educação ambiental e ecoturismo. Neste caso, se informe nos sites do IBAMA ( www.ibama.gov.br) ou RPPN BRASIL (www.rppnbrasil.org.br), ou me escreva para maiores informações (denisedemattos@gmail.com).

UMA ECONOMIA DEMOCRÁTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

À medida que se aproxima a Rio+20 e em que amadurecem os debates sobre suas possíveis conclusões, fica mais clara a grande polêmica em torno da dimensão econômica, em sua relação com as demais dimensões em pauta, e, finalmente, com o próprio desenvolvimento sustentável, enquanto estratégia ampla para se evitar o evidente desastre a que nos leva o modelo atual.

A Rio+20 – sendo um evento/processo complexo e multifacetado, onde se entrelaçam agendas e atividades de inúmeros atores, sem necessariamente uma conexão explícita entre si – é passível de vários enfoques e análises, conforme a perspectiva de quem a analisa, e do foco de sua atenção. Neste artigo, parto de uma rápida comparação entre diferentes perspectivas sobre um mesmo tema – a economia – o qual, em seguida, procuro analisar em detalhe. O objetivo é contribuir para uma compreensão mais clara sobre o que está em pauta, propiciando assim uma base para ações mais efetivas visando ao máximo proveito da Rio+20 enquanto oportunidade para avançarmos na construção de uma sociedade socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente sustentável.

Os direitos no centro da agenda

Colocar os direitos no centro da agenda é um aspecto-chave na perspectiva inicial de muitos que, como nós, engajam-se nos processos sociopolíticos movidos pela convicção ética de que todos os seres vivos – e especialmente os seres humanos – têm direito a uma existência plena, saudável e feliz. Um desdobramento natural dessa perspectiva é buscar o reconhecimento explícito desses direitos nos debates em curso e nos compromissos deles resultantes. Se queremos – por exemplo – que os direitos à educação, à alimentação, à moradia , à saúde e à participação sociopolítica sejam garantidos e levados em conta nas decisões tomadas e nas políticas formuladas, é preciso mencioná-los de modo direto e claro. Isso foi, por exemplo, o que aconteceu em várias das conferências do ciclo social da ONU, em que direitos humanos de várias gerações, reconhecidos genericamente em vários instrumentos, foram detalhados e convertidos em recomendações concretas, propostas afirmativas e diretrizes políticas.

Vendo por essa perspectiva, o debate preparatório para a Rio+20 pode ser um tanto desapontador, na medida em que pouco trata desses temas e, quando trata, geralmente o faz sob a forma de referências genéricas ou menções esparsas. A afirmação de direitos certamente não é a tônica dos debates na Rio+20, cuja pauta explícita se foca em dois temas centrais: a “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e o “quadro institucional para o desenvolvimento sustentável” ou, simplesmente, “governança global”.

Evidentemente, declarações genéricas reiterando compromissos antigos combinadas com propostas “simples e diretas” sobre aspectos práticos podem facilmente desandar para encaminhamentos que, ao fim e ao cabo, levam a caminhos bem diferentes dos declarados. Este, por exemplo, é o risco mais evidente das propostas relativas à utilização de instrumentos econômicos, como a criação de mercados, mas sem a necessária contrapartida em termos de controle social e outras medidas que garantam a saudável gestão dos mesmos, e o uso socialmente apropriado da riqueza gerada.

Mas é importante considerar, no entanto, que a simples reafirmação dos direitos – mesmo que explícita, detalhada e tangíveis na forma de propostas de ação concretas – pouco ou nada adiantaria, visto que estaria apenas repetindo o que já ocorreu nas duas últimas décadas, com resultados efetivos muito aquém do necessário e desejado. Nesse sentido, a abordagem mais pragmática da Rio+20 pode ter seu lado positivo, na medida em que encontre meios mais concretos e efetivos para cumprimento dos compromissos e objetivos assumidos e reiterados. Cabe então àqueles que desejam manter os direitos no centro da agenda encontrar maneiras para ir além da reafirmação de princípios e compromissos, explicitando e enfatizando suas demandas, mas combinando-as com propostas concretas e relacionadas aos objetivos da Conferência.

Há risco de que a Rio+20 se desvirtue, convertendo-se num evento de consolidação da agenda para predomínio da economia sobre a política e a ética. Mas ela é também uma oportunidade para que essa tendência seja revertida, e que sejam acordados os fundamentos de uma economia para o desenvolvimento sustentável, ou seja, um arranjo institucional e político que coloque as forças econômicas a serviço da sociedade, e não o contrário. A atual crise no sistema financeiro e na Europa, as movimentações por cidadania em todo o mundo e a eloquência dos problemas socioambientais demonstram que não se trata de uma questão de preferências ideológicas ou de teorias idealistas: a humanidade enfrenta o desafio concreto de viabilizar-se, e a Rio+20 apresenta-se como momento oportuno para isso. É preciso aproveitá-lo, de todas as formas.

A pauta da Rio+20 e o desafio central da economia verde(1)

Um grande consenso acerca da economia verde (EV) é que não será possível construir uma sociedade social e ambientalmente sustentável sem que ocorram profundas mudanças nos sistemas econômicos, que precisam modificar tanto seu objetivo último (colocando a melhoria das condições globais de vida e bem-estar no lugar do mero crescimento no fluxo de bens e serviços), quanto sua noção de custos (que precisa incorporar de modo mais completo o valor dos insumos utilizados no processo produtivo e os impactos de sua utilização).

A discussão sobre EV, assim, incorpora disputas estruturais que há muito dividem a humanidade, tanto em termos geopolíticos, econômicos e comerciais, quanto ideológicos, éticos e filosóficos. É evidente que tais disputas não se resolverão no curtíssimo prazo que a emergência socioambiental global e a presente combinação de crises do sistema hegemônico nos coloca. Não se trata apenas de uma disputa política ou acadêmica, mas da reconfiguração das aspirações e da visão de mundo que há muitas gerações condicionam bilhões de pessoas em todo o planeta, nas bases do consumismo da acumulação e da desigualdade. Outras formas de viver em sociedade existem ou são idealizadas, mas sua adoção ampla passa necessariamente por um processo de transição relativamente longo, e para o qual enormes forças sociais e institucionais precisam se mobilizadas.

Assim, vemos que o desafio central da EV é utilizar o poder da “linguagem econômica” para dar centralidade e força às propostas de sustentabilidade com justiça social e ambiental enquanto, ao mesmo tempo, evitem-se os riscos e “efeitos colaterais” da apropriação indevida ou distorcida dessas propostas pelo sistema hegemônico.

Partindo desse desafio central, e visando ao propósito imediato de acelerar a transição rumo à EV, propomos tomar os vários questionamentos envolvendo a EV não como obstáculos, mas sim como alertas a serem considerados na análise das propostas e estratégias em pauta, minimizando os riscos de que a urgência na ação leve ao agravamento de problemas que se deseja evitar. Reconhecemos que esta é uma abordagem limitada, porém a consideramos, neste momento, essencial para evitar a paralisia, ainda mais perigosa.

Democracia econômica e desenvolvimento sustentável

Concluindo, enfatizamos nosso entendimento de que a Rio+20 é – sem dúvida – uma oportunidade única para discussão do papel que o sistema econômico deve ter na construção de uma sociedade justa e sustentável. Em seu livro Democracia Econômica – Alternativas de Gestão Social (Ed. Vozes, 2008), o professor Ladislau Dowbor esmiuça as principais tendências hoje observadas sobre o papel da economia nessa construção, apontando importantes lacunas não cobertas pela teoria e prática econômicas em curso, e indicando possibilidades para superação desse desafio.

Em síntese, diz ele que “a democracia propriamente econômica se manifesta: (a) na qualidade da inserção no processo produtivo; (b) no acesso equilibrado aos resultados do esforço (social de construção de riqueza); e (c) no acesso à informação que assegure o direito às opções”. Cada um desses três eixos traz embutida uma perspectiva ética e democrática, e desdobra-se em propostas concretas para que o sistema econômico trabalhe a favor da construção de uma sociedade global como desejamos. É um exemplo prático e inspirador de como fundamentos éticos podem ser convertidos em propostas concretas para mudança do sistema econômico. E demonstra como esta não é uma preocupação de poucos idealistas mas, cada vez mais, a convicção de pensadores que enfocam com seriedade e isenção os desafios que enfrentamos. Nunca a concentração de renda e o poder econômico foram tão grandes, em termos globais. É forçoso reconhecer que o capital financeiro declaradamente especulativo ou pseudoprodutivo domina o cenário não só econômico, como também político, exercendo grande influência nos governos dos Estados-Nacionais, e da própria ONU. Mas, por outro lado, nunca a sociedade civil global dispôs de tanta capacidade de conexão e potencial para mobilização. A força da opinião pública, nas redes sociais e nas ruas – e também nos corredores do poder –, é um fato real e incontestável.

Não mudaremos a realidade da noite para o dia, mas podemos, sim, fazer grande diferença, garantindo que as instituções deixem de servir apenas a uma minoria e, progressivamente, apoiem o fortalecimento de um sistema mais aberto, transparente, democrático e sustentável. A Rio+20 é uma excelente ocasião para isso.

Nota (1) Utilizamos o termo Economia Verde (EV) – sem qualquer outro adjetivo – para nos referirmos ao conjunto de propostas voltadas ao desenvolvimento sustentável ou, mais especificamente, à transformação da economia global para padrões socialmente justos e ambientalmente sustentáveis, num marco ético e democrático. Para mais informações sobre este posicionamento, acesse http://www.economiaverde.org.br ou http://www.greeneconomy.org.br.

Aron Belinky é coordenador de Processos Internacionais do Vitae Civilis. Texto publicado originalmente no Boletim Rio+20 n.3, janeiro 2012, da Heinrich Böll Stiftung.

** Fonte: Publicado originalmente no site Mercado Ético.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

NOVO INDICADOR DO PNUD RETRATA VIVÊNCIAS NO TRABALHO, NA EDUCAÇÃO E NA SAÚDE

O PNUD Brasil divulgou um indicador inédito no mundo, o IVH (Índice de Valores Humanos), que retrata as vivências dos brasileiros nas áreas de saúde, educação e trabalho. Ele faz parte da versão inicial do terceiro caderno do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2009/2010.

 

O IVH indica o grau de respeito a valores nas áreas de saúde, conhecimento e padrão de vida — as mesmas categorias levadas em conta no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), criado em 1990 e calculado para mais de 180 países. Assim como o indicador divulgado anualmente pelo PNUD, ele varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior).

 

“O novo índice busca dar materialidade à discussão sobre a importância dos valores para o desenvolvimento humano”, afirma o coordenador do RDH Brasil 2009/2010, Flávio Comim. “O IDH concentra-se nos resultados. O IVH desloca a atenção para os processos que levam a um pior ou melhor desenvolvimento humano. Os dois índices são complementares”, acrescenta.

 

Os dados foram coletados em pesquisa feita no início deste ano pelo Instituto Paulo Montenegro, ligado ao Ibope, com 2.002 entrevistados em 148 municípios de 24 unidades da Federação. Os valores abordados estão entre os destacados na pesquisa Perfil dos Valores dos Brasileiros, que fez parte do segundo caderno do relatório: respeito, liberdade, reciprocidade e convivência.

 

A elaboração do IVH partiu do conceito de que os valores são formados a partir das experiências das pessoas — por isso, o índice capta a percepção dos indivíduos sobre situações vivenciadas no dia a dia.

Subíndices

O IVH do Brasil é 0,59, valor que equivale à média dos três subíndices que o compõem. O maior é o ligado a trabalho (chamado IVH-T): 0,79. Isso indica que as pessoas têm mais vivências positivas nessa área do que nas outras duas, segundo Comim.

IVH-T abrange principalmente questões ligadas a liberdade e reciprocidade. Um IVH próximo de 1 aponta que, no ambiente de trabalho, as pessoas experimentam mais situações positivas (como realização profissional, cooperação entre os colegas, liberdade para expressar opiniões, motivação) do que negativas (frustração, estresse, discriminação, falta de reconhecimento e indignação, por exemplo).

 

Na dimensão de educação (IVH-E), o índice é 0,54. Ela destaca os valores de convivência e aborda três aspectos. Um deles capta o que os entrevistados acham que a educação escolar deve priorizar: conhecimento para ser uma boa pessoa, um bom cidadão, para ter uma boa vida ou conseguir emprego. Quanto mais respostas indicando os conhecimentos que tendem a gerar mais benefícios públicos (como ser uma boa pessoa e um bom cidadão), maior o IVH-E. Outro aspecto incluído no IVH-E é a avaliação dos entrevistados sobre os estudantes (se têm interesse pelos estudos, respeito aos professores e honestidade, por exemplo). O terceiro é uma avaliação dos professores (semelhante à dos alunos: se respeitam os alunos, se têm interesse pelo alunos, honestidade e liberdade para expressar suas ideias).

 

O indicador em que o Brasil se sai pior é o de saúde (IVH-S): 0,45. Este subíndice sintetiza a opinião dos entrevistados sobre três aspectos relacionados aos serviços do setor: tempo de espera por atendimento, facilidade de compreensão da linguagem usada pelos profissionais de saúde e interesse que a equipe médica tem pelo paciente.

 

Os resultados da pesquisa mostram que mais da metade da população (51,1%) julga que a espera por atendimento em serviço de saúde é demorada (não foi feita distinção entre setor público ou privado). Apenas 27,1% acham fácil a compreensão da linguagem dos profissionais do setor, e 30,7% avaliam que eles têm pouco interesse em ajudar os pacientes.

 

Diferenças

 

O IVH foi calculado não apenas para o Brasil, mas também para as regiões. Sudeste e Sul, justamente as regiões com maior IDH, lideram o ranking do Índice de Valores Humanos, com 0,62. Em seguida, vêm Centro-Oeste (0,58), Nordeste (0,56) e Norte (0,50).

 

No IVH-S, a média brasileira é superada por Sudeste (0,51), Centro-Oeste (0,48) e Sul (0,47). O Norte é, novamente, a região com menor valor (0,31), seguido do Nordeste (0,36). Mais de dois terços (66,9%) dos moradores do Norte avaliam, por exemplo, que o tempo de espera por atendimento de saúde é elevado, e quase metade (44,6%) considera que a linguagem dos profissionais da área é muito difícil (44,6%).

 

Na dimensão educação, as diferenças são um pouco menores, com exceção da região Norte. A média brasileira do IVH-E (0,54) é superada por pouco no Sudeste (0,55) e no Sul (0,55), coincide com a do Centro-Oeste e fica pouco acima da do Nordeste (0,53). No Norte, o valor é 0,47. Nessa região, “a maior parte da população (40,4%) considera que o mais importante a ser ensinado às crianças são conhecimentos para obter um bom emprego”, destaca o relatório.

 

No IVH-T, o Sul é que se saiu melhor (0,84), seguido do Sudeste (0,80). Nordeste (0,78) e Norte (0,74) não ficam muito longe da média brasileira (0,79). O pior nessa dimensão é o Centro-Oeste (0,68), região em que há mais relatos de vivências no trabalho relacionadas a sofrimento.

 

Calculado para diferentes grupos de renda e de nível de escolaridade, o IVH contraria a desconfiança de que os mais pobres ou menos escolarizados tendem a ser mais condescendentes. Pelo que sinaliza o índice, há uma tendência, ainda que nem sempre linear, de que as vivências positivas sejam mais frequentes nos grupos com mais renda e educação. “As pessoas mais pobres e com menos educação não indicaram que tudo está bem. Pelo contrário, elas confirmaram a hipótese de que a pobreza e a exclusão impõem penalidades dobradas a elas”, afirma o relatório.

 

Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Brasil) (5/2009)