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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Inclusão social de catadores recebe ajuda de fundo internacional

 

Catadores Lula DilmaFoto: Ricardo Stuckert/PR/Arquivo

No dia 23 de dezembro de 2010, a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula participaram de cerimônia de Natal dos catadores de materiais recicláveis, em São Paulo/SP

O governo federal, por meio da Caixa Econômica, contratou uma operação no valor de US$ 2,7 milhões – aproximadamente R$ 4,5 milhões – para a inclusão socioeconômica de catadores de materiais recicláveis. Os recursos serão doados pelo Fundo Japonês de Desenvolvimento Social (JSDF/BIRD) ao Banco Mundial, que escolheu a Caixa para implementar o programa. O piloto será o aterro controlado do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), e deverá ser expandido para mais dois lixões no Brasil.

Os recursos serão direcionados para dois projetos selecionados previamente pelo Banco Mundial, voltados para a erradicação de lixões e implantação de aterros sanitários. Os projetos devem estar vinculados a financiamentos da Caixa, no escopo da gestão de Resíduos Sólidos Urbanos e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Com a iniciativa, serão implantados aterros sanitários modernos e ambientalmente sustentáveis, além de instalações alternativas para o tratamento do lixo.

 

A doação é resultado de parceria entre a Caixa e o Banco Mundial, iniciada em junho de 2008, no âmbito do projeto Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kyoto. A parceria também prevê a comercialização, pelo banco brasileiro, de créditos de carbono, e a participação como agência coordenadora do 1º Programa de Atividades em Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil, atualmente em fase de validação na Organização das Nações Unidas (ONU)

 

Inclusão - O Programa para Inclusão Social e Econômica de Catadores visa promover, por meio de um processo participativo, a inclusão de recicladores no sistema formal de prestação de serviços básicos do setor de manejo de resíduos sólidos. Para um período de três anos, espera-se o aumento de 50% na adesão de catadores às organizações de base comunitária voltadas para reciclagem e o aumento de 50% do volume de materiais reciclados.

 

O Programa prevê ainda a melhoria da saúde e da segurança dos catadores, o aumento da produtividade e renda, a formalização das atividades e acesso a direitos e serviços governamentais e a criação de alternativas com treinamento e colocação profissional.

 

Recentemente o tema ganhou destaque mundial com o documentário “Lixo Extraordinário”, que retrata o trabalho dos catadores de material reciclável no aterro de Duque de Caxias. O longa-metragem, co-produção do Brasil e Reino Unido, é um dos indicados ao Oscar 2011.

Fonte: Blog do Planalto

 

Link: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=2&id_noticia=146442

sábado, 22 de janeiro de 2011

MOVIMENTOS SOCIAIS E MORADORES DO COMPLEXO DO ALEMÃO CONQUISTAM APÓS 11 ANOS A IMPLANTAÇÃO DO PARQUE ECOLÓGICO DA SERRA DA MISERICÓRDIA, ZONA NORTE DO RIO

CONVITE MUTIRÃO ECOLÓGICO DIAS 21, 22 E 23 NA SERRA DA MISERICÓRDIA

 

Depois de 11 longos anos de intensa luta do movimento ecológico, pesquisadores e moradores finalmente sairá do papel a implantação do Parque Ecológico Municipal da Serra da Misericórdia, situada na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sub-bacia do canal do Cunha - Baía de Guanabara, que será uma das maiores áreas de lazer da cidade. O local recentemente ficou conhecido internacionalmente pelas trilhas e mata por onde fugiram criminosos traficantes na ocupação militar de dezembro passado ocorrida nos Complexos de favelas da Vila Cruzeiro e do Alemão. Nesta luta destacaram-se entidades como a Bicuda Ecológica, o Verdejar e o Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia.


Em 2000, o movimento social conquistou a criação da APARU (Área de Proteção Ambiental e de Recuperação Urbana) da Serra da Misericórdia, mesmo assim durante anos a região ficou abandonada pelo poder público estadual e municipal, ocorrendo muitos incêndios florestais, extração mineral predatória com destruição, eliminação de várias nascentes (pedreira francesa La Farge), rachaduras de casas pelas explosões da pedreira, poluição atmosférica, ocupações irregulares no entorno da Serra, ausência de saneamento básico, proliferação de vazadouros de lixo etc.

 

A APARU nunca foi regulamentada, nem foi criado seu Conselho Gestor que deveria contar com a participação da comunidade local, de universidades, órgãos ambientais etc; e a única ação governamental se limitou ao Programa Mutirão Reflorestamento da SMAC que a pedido da comunidade e grupos ecológicos implantou algumas frentes de trabalho (mais o programa na última gestão foi quase completamente abandonado). Desde então foram criados outros decretos pela Prefeitura que na prática visam reduzir, limitar o tamanho da área protegida como Unidade de Conservação da Natureza, sempre atendendo aos interesses políticos-eleitorais e econômicos situados no território (como das pedreiras), nunca os da comunidade e do movimento sócio-ambientalista local.

 

Em 2006, foi criado o Parque Municipal da Serra da Misericórdia, os técnicos da SMAC (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) declararam que não participaram da elaboração deste decreto e por isso o mesmo apresentou conflitos com SNUC e outras legislações ambientais vigentes. Agora, em dezembro passado, a Prefeitura do Rio reeditou o decreto de 2006 transformando a Serra em Parque Urbano Municipal.


A empresa de arquitetura, Darsa Arquitetura, foi convidada (por carta-convite) pela Prefeitura para elaborar o Plano Diretor do parque, depois este convite passou a ser do Consórcio Rio Melhor, que pagou o trabalho da empresa cumprindo uma medida compensatória do PAC Alemão, obra do governo federal.

 

A Prefeitura que, logo após a ocupação militar do território dos complexos do Cruzeiro e do Alemão, lançou um decreto prevendo diversas intervenções no território, onde inclusive suspende a necessidade (obrigatoriedade) da realização de licitações e outros trâmites legais para realização de obras públicas e outros projetos na região.

 

A empresa Darsa elaborou uma proposta de Gestão do Parque, com proposta de elaboração de zoneamentos e definição de equipamentos públicos reivindicados há anos pelos moradores e ecologistas, tais como: ciclovias, centro de educação ambiental e de visitação, trilhas, reflorestamento, recuperação de áreas degradadas etc.

 

As mineradoras têm ficado praticamente de fora da regulamentação do atual parque, sendo colocada em uma Zona de Uso Especial para ser "resolvida" depois. Não há qualquer medida ou ação do governo estadual e da Prefeitura no sentido de cobrar efetivamente o gigantesco passivo ambiental provocado pela mineração predatória no interior desta Unidade de Conservação que é a última área verde das Zonas Norte e da Leopoldina.

Tanto a empresa contratada como o gestor da Fundação Parques e Jardins, responsável pela gestão do atual parque, revelaram que a Prefeitura tem a intenção de implantar o parque em duas fases, inicialmente (em 2011) seriam implantados equipamentos públicos e trilhas somente na vertente voltada para o Complexo do Alemão e Vila Cruzeiro, sem quaisquer garantias que haverá implementação efetiva do parque em todo o território que abrange a Serra da Misericórdia e o Complexo do Alemão.


No Mutirão Ecológico realizado mensalmente, estudantes, moradores, crianças, jovens e adultos compartilham o cuidado com a horta comunitária, o horto, plantam árvores e comida em Sistema Agro-florestal (SAF), praticam caminhadas ecológicas e trocam suas experiências de educação ambiental.


Participe! Exerça sua Cidadania Ecológica

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

INOVAÇÃO: ENERGIA ENTRE PRIORIDADES

Mudanças climáticas (14,8%), energia solar (14%), biocombustíveis (6%) estão entre as áreas consideradas prioritárias para o desenvolvimento do país, segundo a pesquisa “Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil”, feita pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e apoiada por entidades como Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Na pesquisa, que ouviu 2.016 pessoas entre 23 de junho e 6 de julho de 2010, as áreas de medicamentos e tecnologias médicas (32,1%) e agricultura (15%). Energia nuclear (1,2%) lideram a lista de 12 segmentos avaliados como importantes.

 

O Objetivo da pesquisa, cuja primeira versão aconteceu em 2006, foi levantar o interesse, grau de informação, atitudes, visões e conhecimento que os brasileiros têm da Ciência e Tecnologia. O resultado do levantamento, realizado pela CP2 (Consultoria, Pesquisa e Planejamento), mostra que houve uma melhora acentuada desta percepção. O percentual de brasileiros muito interessados pelo tema chegou a 65%, contra 41% da pesquisa anterior.

Para o coordenador do estudo, que é também diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do MCT, Ildeu Moreira, essa constatação é relevante porque mostra a continuidade do grande interesse pela ciência e tecnologia, como foi verificado há quatro anos. Ele também destacou o tema meio ambiente como o mais citado por 83% dos entrevistados. “Está empatado com hoje com medicina e saúde, o que é uma característica única em relação a vários países do mundo”, ressalta.

Apesar do aumento do interesse e do acesso à informação, por meio da televisão e da internet, a grande maioria dos brasileiros tem pouco conhecimento na área. No total, somente 15% das pessoas abordadas foram capazes de citar uma instituição científica importante no Brasil e poucos puderam indicar o nome de um cientista famoso.

“Isso significa que nós não estamos sabendo contar a história da ciência no Brasil, nem na escola e nem nos meios de comunicação. Então precisamos ter mais programas e de melhor qualidade na televisão no rádio, nos jornais, nos meios de comunicação em geral”, recomenda. (com informações do MCT)

 

Veja a íntegra da pesquisa

 

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Fonte: http://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2011/01/inovacao-energia-entre-prioridades/8732

Por Júlio Santos - Agência Ambiente Energia

 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

MAIS UMA SEMANA DE RECORDES NA EMISSÃO DE RCES - NOTICIAS IIDEL - AMERICA LATINA SUSTENIBLE

http://www.envolverde.com.br/fotos_novas/85721.jpgA emissão de 12 milhões de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para 117 projetos, um recorde no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), em conjunto com a venda nada convencional por parte das indústrias e o leilão de permissões de emissão (EUAs, em inglês) no Reino Unido, ajudaram a manter os preços das EUAs em queda de 2,4% na semana passada, segundo a Barclays Capital.

Mesmo com todos estes fatores de pressão, a estabilidade dos preços das EUAs fez com que os analistas não reduzissem a sua expectativa de valores para o primeiro trimestre de 2011, entre € 14 e € 16/t.Já as RCEs não suportaram o alto volume de expedição e caíram da média de € 11 - € 11,5 das últimas seis semanas para € 10,9/t.O total de RCEs emitidas até agora é de 511,6 milhões de toneladas de CO2e.

Reformas nos procedimentos e novas contratações no Comitê Executivo do MDL influenciaram a aceleração nunca vista antes da emissão de RCEs, que há tempos sofria críticas de desenvolvedores de projeto pela longa espera.

Fatores como a emissão de RCEs para os projetos HFC-23, que ficou parada por meses ao passo que a sua metodologia iniciou um processo de revisão, créditos para projetos N2O e a correria de final de ano para acelerar o que ficou pendente também influenciaram o salto nas emissões de RCEs.

"Estaremos observando de perto o número de submissões (de projetos) e trabalharemos para reduzir o tempo de espera para 15 dias", comentou o porta-voz do MDL David Abbass segundo o jornal de The New York Times.

Traders começam a se preocupar sobre como os preços das RCEs se comportarão no decorrer do ano com a entrada inesperada de tantas unidades no mercado.

Emmanuel Fages, analista da Orbeo, pondera que o fluxo pode ser um fenômeno temporário e não deve durar o ano todo.

As estatísticas no site do MDL demonstram que o cenário de expedição de RCEs para projetos de gases industriais está mudando, com muitos projetos de energias renováveis, especialmente eólica e hidroelétrica na China sendo agraciados com os créditos.

 As expectativas são que a oferta de RCEs diminua muito após 2012, com a redução de projetos em função da crise podendo ocorrer aumento de preços em breve.

Estados Unidos

Incentivadas por pedidos dos reguladores da Iniciativa Regional de Gases do Efeito Estufa para restringir o mercado superalocado (com excesso de permissões de emissão disponíveis) com a ampliação do seu escopo, as permissões de emissão fecharam a semana na maior alta de seis meses em US$ 1,94.

Nova Zelândia

Com as RCEs em baixa, os preços das NZUs, unidades comercializadas no esquema neo-zelandês de emissões, estavam sendo negociadas na semana passada em torno de US$ 19,15.

Fonte: Instituto CarbonoBrasil/Agências Internacionais - 19/01/2011 - 10h01 - Por Fernanda B. Müller

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

RE: RES: DEGELO ACELERADO DOS ANDES AMEAÇA AMÉRICA DO SUL

Estimada amiga Denise le comento que estoy buscando proyectos hydros en varios rios de la cuenca del marañon que a su vez es afluente del amazonas . Dos estos proyectos incluyen presas y embalses . te enviare unas fotos
saludos cordiales
  Franklin Pacheco L.

 

From: denisedemattos@gmail.com
To: denisedemattos.noticiasmdlsustentavel@blogger.com; denisedemattos.monitorsocioambiental@blogger.com; denisedemattos.projetobioredes@blogger.com; denisedemattos.carbonflorestal@blogger.com
Subject: RES: DEGELO ACELERADO DOS ANDES AMEAÇA AMÉRICA DO SUL
Date: Tue, 18 Jan 2011 19:39:25 -0200

Desaparición de los glaciares en los países como el Perú que dependen de ellos para el suministro de agua, ya se preocupa y puede dar lugar a millones de refugiados climáticos y la desestabilización de todo el continente.

 

Perú tiene 70% de todos los glaciares existentes en la zona tropical del planeta, que son fundamentales para el abastecimiento de agua y el clima de varios países. Pero el aumento de la temperatura que está causando el deshielo de estas regiones a un ritmo más rápido de lo previsto por los científicos y existe el riesgo de que en los próximos 10 años los glaciares de todo ya no existen.

 

Si este escenario se confirma, una gran crisis social y económica podría desestabilizar todo el continente, dando lugar a más conflictos entre los países.

"Imagínese lo que podría suceder si los glaciares en los Andes y si millones de personas hambrientas tienen que emigrar a otras regiones", explicó el Washington Post el ex director de la Agencia Central de Inteligencia (CIA), James Woolsey.

Datos de los últimos 40 años, el gobierno peruano ya han demostrado el impacto de la fusión en la agricultura y el sustento de las personas que viven en zonas cercanas a los glaciares.

"Antes de caminar dos horas y ya había alcanzado el glaciar. Pero ahora, camino de cinco, seis horas para llegar a él. Hemos tomado toda el agua de allí, si el hielo no va a desaparecer simplemente más agua ", dijo Máximo Juan Carranza Malpaso, los agricultores de la Comunidad Andina de Utupampa.

Más de dos millones de peruanos dependen directamente del agua recogida en la llamada Cordillera Blanca. Pero los investigadores dicen que estas montañas han perdido el 30% de sus glaciares desde 1970.

El propio gobierno reconoce que el país necesita ayuda para hacer frente a la situación, ya sea mediante la construcción de embalses y presas o para inversiones que mejoren la producción agrícola.

"Si no es el Perú y sus aliados para crear proyectos para conservar el agua, mejorar la infraestructura y el control de la fusión en los próximos cinco años, la desaparición de los glaciares puede conducir al desastre social y económico", dijo Alberto Hart, director de cambio climático del Ministerio de Relaciones Exteriores del Perú.

 

Para minimizar esta situación, el gobierno peruano está tratando de plantear a la comunidad internacional 350 millones de dólares anuales para 2030.

El año pasado, el Perú recibió US $ 30 millones en ayuda de EE.UU. para mitigar los efectos del cambio climático. Sin embargo, la mayoría de estas características diseñadas sólo para las zonas forestales del país.

 

El Banco Mundial ha estado trabajando con el Perú para supervisar el suministro de agua y aplicar cambios en la agricultura. Japón, Australia y Suiza, también ofreció ayuda.

 

Pero no el deshielo de los Andes sólo afectan a Perú, ya que tendrá graves consecuencias en forma directa en Bolivia y Ecuador, donde las ciudades ya viven con la amenaza de inundaciones y la sequía. Los ríos que forman la cuenca del Amazonas también sufren, porque nacen en las montañas. Todos los impactos de la fusión aún no están claros y otros estudios deben ser alentados por los gobiernos sudamericanos.

 

La Convención Marco sobre el Cambio Climático (CMNUCC) identifica América del Sur como una de las zonas más vulnerables al cambio climático. Además de la fusión de los Andes, casi toda la costa del continente está sujeto a severas tormentas e inundaciones, fenómenos extremos que amenazan a millones de personas debido a la densidad de población y la ocupación desordenada de las ciudades.

Fonte: Por Fabiano Ávila, da Carbono Brasil

Link:

PORTAL REDD+ BRASIL REÚNE PROJETOS SOBRE REDUÇÕES DE EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Serviço Florestal Brasileiro lançaram terça-feira (21/12), às 15h, o “Portal REDD+ Brasil”, que reunirá projetos, ações e informações a respeito das reduções de emissões de gases de efeito estufa oriundas do desmatamento e degradação florestal (REDD+).

http://www.ciflorestas.com.br/imagem.php?w=295&h=300&imagem=n_portal_estufa_8879.jpg

Saiba mais

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Posição da CNA na COP-16

Bird lança fundo de desenvolvimento de mercados de carbono

O Portal visa à difusão pela internet dos conhecimentos, aprendizados e oportunidades que o mecanismo de REDD+ tem gerado no Brasil. Esta ação se insere na política brasileira de fomentar, monitorar, avaliar e planejar políticas e iniciativas que, juntamente com os esforços internacionais, viabilizem a redução de emissões de gases de efeito estufa, notadamente aquelas relacionadas ao uso da terra.

“A disponibilização de informações no portal subsidiará as instituições relacionadas à gestão florestal na avaliação de suas políticas e na definição de suas ações em REDD+”, afirma o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel. O “Portal REDD+ Brasil” foi desenvolvido pelo Serviço Florestal e pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (SMCQ) do MMA, em parceria com a organização não-governamental Conservação Internacional.

Assim como na maioria dos países, o Brasil ainda não possui regulamentação específica para projetos em REDD+. O governo brasileiro, por meio do MMA, lançou um processo participativo com a sociedade civil para formular o Sistema Nacional de REDD+. Segundo Thais Juvenal, diretora de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, a difusão da informação pelo Portal aumentará o conhecimento sobre REDD+ entre os segmentos da sociedade envolvidos com o debate sobre o tema, o que contribuirá para a elaboração de propostas visando à regulação do REDD+ no País.

Projetos e ações

No portal, aparecerão como “Projetos” as iniciativas de REDD+, com área de influência determinada, metodologia para o cálculo de emissões evitadas ou biomassa estocada, tempo de realização delimitado e com resultados e expectativas definidos. Serão consideradas “Ações em REDD+ as atividades relacionadas à sistematização e troca de conhecimentos sobre o tema, como capacitações, preparação institucional, elaboração de políticas e legislação, dentre outras. Estas iniciativas resultam em contribuições indiretas para a boa implementação dos projetos em REDD+.

“Não apenas as iniciativas sobre REDD+ serão disponibilizadas, mas também informações sobre as políticas públicas nacionais e internacionais relacionadas ao mecanismo, como acordos de cooperação e parcerias financeiras e técnicas entre o Brasil e outros países ou instituições”, explica Thais Juvenal.

Sobre o REDD+

O conceito de REDD surgiu na Conferência das Partes sobre o Clima (COP), com o objetivo de se buscar formas voluntárias de compensação pelos esforços empreendidos na redução de emissões de gases de efeito estufa por desmatamento. Este mecanismo busca possibilitar que países detentores de florestas possam receber incentivos financeiros por evitar o desmatamento e por esforços para a manutenção e o aumento dos estoques de carbono florestal. Além das reduções por evitar o desmatamento e degradação, o REDD+ abrange também o papel da conservação florestal, do manejo florestal sustentável e do aumento dos estoques de carbono.

fonte: Ministério do Meio Ambiente

LIVRO REÚNE CONHECIMENTOS RUMO AO ETANOL DA CELULOSE

Etanol da celuloseRotas para o etanol da celulose (Publicar em inglês é essencial para que as pesquisas brasileiras tenham reconhecimento internacional)

Cientistas de todo o mundo estão em busca de uma tecnologia para a produção em escala industrial do etanol derivado da celulose da cana-de-açúcar. Atualmente, só se pode fabricar etanol a partir da sacarose, que corresponde a um terço da biomassa da planta.

O etanol da celulose permitiria aproveitar os outros dois terços, aumentando a produtividade sem alterar a área plantada. Atingir esse objetivo, no entanto, não é tarefa trivial.

O conhecimento adquirido até agora na busca do etanol celulósico foi consolidado no livro Routes to Cellulosic Ethanol (Rotas para o etanol celulósico), que acaba de ser lançado pela editora norte-americana Springer.

Reunindo textos de alguns dos principais especialistas do mundo em etanol celulósico, o livro foi editado pelo brasileiro Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Biociências, e Gustavo Goldman, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, ambos da Universidade de São Paulo (USP).

Genético e bioquímica

O livro é um produto do 1º Simpósio sobre Etanol Celulósico, realizado em 2008 em São Paulo, com o objetivo de definir estratégias para obtenção do etanol celulósico por meios genéticos e bioquímicos.

A obra também agregou o conhecimento gerado posteriormente, com o lançamento do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) do Bioetanol, coordenado por Buckeridge.

"O foco principal do livro é a ciência básica originária do BIOEN e do INCT, que buscam construir a plataforma de conhecimento necessária para que sejam desenvolvidas as tecnologias de etanol celulósico. No livro, procuramos consolidar o que foi conquistado até agora", disse o cientista à Agência FAPESP.

Etanol da celuloseO Brasil é considerado referência mundial em estudos sobre o etanol. [Imagem: Mario Roberto Duran Ortiz]

Bioenergia e etanol da celulose

Segundo Buckeridge - que também é diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em Campinas (SP) -, a obra reúne textos de cientistas japoneses, norte-americanos, mas, sobretudo, de brasileiros.

"O Brasil é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar e pioneiro no desenvolvimento de tecnologias para o uso de etanol para geração de energia. O país tem décadas de estudos acumulados sobre o tema", disse.

A obra é dividida em três partes: "Bioenergia", "Parede celular das plantas, enzimas e metabolismos" e "Genética da parede celular das plantas".

A primeira parte contextualiza o tema da bioenergia e as outras duas tratam de aspectos ligados a uma questão crítica para o desenvolvimento do etanol da celulose: dominar o conhecimento sobre a degradação da parede celular da planta.

"Se pudermos entender a síntese das paredes celulares, os geneticistas e biólogos moleculares poderão desenvolver plantas com polissacarídeos atualmente inexistentes na cana-de-açúcar, mas que serão introduzidos a fim de facilitar a hidrólise do etanol celulósico", afirmou.

Bioenergia no Brasil e no mundo

Na primeira parte, a obra apresenta uma visão geral sobre as rotas para o etanol da celulose.

O físico José Goldemberg discute a questão da energia no mundo, a fim de mostrar a posição brasileira no contexto internacional da bioenergia.

Em seguida, Buckeridge, Wanderley dos Santos e Edgardo Gómez - ambos pesquisadores do CTBE - discutem a produção de etanol da celulose pela via bioquímica.

Luiz Nogueira, da Universidade Federal de Itajubá, Joaquim Seabra, do CTBE, e Isaías Macedo, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), finalizam a parte introdutória discutindo a produção de etanol celulósico pela via da gaseificação.

Etanol da celulose

Cientistas brasileiros estão estudando o uso de plasma frio para produzir etanol da celulose. [Imagem: CTBE]

Degradação celular

A segunda parte reúne os capítulos que tratam da degradação da parede celular por diferentes métodos. Takahisa Hayashi, da Universidade Agrícola de Tóquio (Japão), e Rumi Kaida, da Universidade de Kioto (Japão), escreveram sobre seus experimentos com madeira na Ásia. "Hayashi é um dos grandes pesquisadores da área no mundo. Nesses experimentos, eles utilizaram transgênicos para alterar a parede celular", disse Buckeridge.

O contraponto brasileiro à experiência asiática é feito por um grupo da Escola de Engenharia de Lorena, da USP, liderado por Adriane Milagres. "Eles tratam especificamente do ataque enzimático em materiais lignocelulósicos, revelando a experiência que acumularam ao longo dos anos", contou.

Um grupo da Universidade de Brasília (UnB), liderado por Edivaldo Filho, faz uma revisão sobre a atividade enzimática na degradação da parede celular. Em seguida, o artigo de Igor Polikarpov e Viviane Serpa - ambos do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, trata da estrutura das proteínas. "Polikarpov é um dos melhores especialistas brasileiros em cristalização e enzimas, entre elas as hidrolases", disse Buckeridge.

Maria de Lourdes Polizeli lidera o grupo da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da USP, que contribuiu com um artigo sobre hidrolases de microrganismos usadas para a degradação da parede celular. "Ela tem uma das maiores coleções do mundo de enzimas e fungos bem caracterizados", disse Buckeridge.

Richard Ward, também da FFCLRP-USP, é o autor de um artigo sobre engenharia de celulase para sacarificação de biomassa. "É um trabalho que eu considero espetacular: ele constrói proteínas que não existem na natureza e conta a história dessa engenharia, que já aplicou em plantas e microrganismos", disse o membro da coordenação do BIOEN-FAPESP.

A segunda parte é encerrada com o artigo de Goldman sobre o melhoramento genético do uso da xilose - um açúcar de cinco carbonos - pelas leveduras. "É um tema muito importante, envolvendo um problema crítico para o processo do etanol celulósico. No artigo, Goldman conta seus experimentos, retrata o que já existe e indica o que ainda pode ser feito", disse.

Etanol da celulose

Usando leveduras, cientistas venceram mais um obstáculo rumos aos biocombustíveis de celulose. [Imagem: Ha et al./Pnas]

Plantas inteligentes

A terceira parte tem o objetivo de traçar um paralelo entre o que está sendo feito no Brasil e nos Estados Unidos em busca do etanol de celulose.

"Em um dos capítulos, um grupo de autores norte-americanos mostra como eles estão explorando a maravilhosa diversidade do milho com uma abordagem genética muito avançada. O objetivo é chegar a uma planta ideal para a bioenergia," contou Buckeridge.

Eric Lam, da Universidade de Nova Jérsei (Estados Unidos), liderou o grupo que discutiu o desenvolvimento de "plantas inteligentes" para a produção de bioetanol. "Trata-se de uma área na qual eu e Hayashi também atuamos: buscar plantas capazes de degradar sua própria parede celular", disse.

O grupo liderado por Marcelo Loureiro, da Universidade Federal de Viçosa, foi responsável por um artigo relacionado à seleção de plantas para uma conversão mais eficiente em bioetanol. "Eles coordenam um trabalho muito importante de busca de variedades que tenham modificações na parede celular para, a partir daí, produzir etanol celulósico", contou Buckeridge.

O livro é encerrado com o artigo de Michel Lawton e Hemalatha Saidasan - ambos da Universidade Rutgers (Estados Unidos) - sobre genômica e parede celular. "Trata-se de um modelo de um musgo que tem um genoma muito pequeno e que pode servir para estudar o etanol celulósico", disse.

Fonte: Agência Fapesp - 24/01/2011

 

PESQUISADORES DA PUC/RS DESENVOLVEM UM PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE BIODIESEL MAIS BARATO E EFICAZ

Equipamento inédito no Brasil permite identificar em tempo real o fim do processo de produção do biodiesel. Desenvolvido por pesquisadores da PUC/RS, o aparelho pode aumentar a produtividade das usinas desse combustível.

Mais barato e eficazInstrumento criado por acadêmicos da PUC/RS que permite monitorar quando uma reação entrou em equilíbrio químico.

Um processo consagrado na indústria nacional pode se tornar mais eficaz graças ao trabalho de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS).

Até hoje não há no Brasil aparelho que permita identificar, em tempo real, quando a reação química usada na produção do biodiesel entrou em estado de equilíbrio

O doutorando em engenharia e tecnologia de materiais Luis Alcides Brandini De Boni, juntamente com os estudantes Fabiano Zanon, da Engenharia Mecânica, Gabriel Assis e Marcirio Ruschel Olivera, da Engenharia de Controle de Automação, desenvolveram, sob a orientação do professor Isaac Newton, um equipamento (tanto a parte de hardware quanto o software) que permite determinar quando a transesterificação – reação química entre um éster e um álcool e atualmente o método mais usado na produção do biodiesel – entrou em estado de equilíbrio químico. Até hoje não há no Brasil aparelho que permita identificar, em tempo real, quando o fenômeno acontece.

“Comparado ao método tradicional de monitoramento, seria possível produzir a mesma quantidade de combustível líquido – do tipo biodiesel – com a mesma qualidade, consumindo aproximadamente 15% menos de energia em um período de tempo até 50% menor”, afirma De Boni.

A inovação conta com um sensor óptico que permite monitorar reações químicas de forma não invasiva, por meio da passagem de um feixe de raio laser pelo meio reacional. O acompanhamento do processo ocorre por meio de um transdutor óptico. O instrumento capta a variação da luz emitida e converte o sinal luminoso em sinal elétrico, exibindo-o na forma de um gráfico no computador conforme a reação prossegue.

Variação da dispersão de radiação laserVariação da dispersão da radiação laser em função das condições do meio reacional. Após o equilíbrio químico ser estabelecido, a reação fica com um comportamento pseudoconstante, conforme a imagem 25 da fotografia.

“Nosso trabalho não altera a velocidade cinética da reação, mas a monitora de forma mais eficiente. Ao mostrar a variação geral do índice de refração do meio, as mudanças na sua estrutura molecular ficam evidentes, o que possibilita identificar se estão ocorrendo reações químicas”, explica De Boni.

Atualmente, todo o processo baseia-se em estimativas de tempo. A certeza de que a reação está completa surge somente após a análise de algumas amostras do produto, resultado que – dependendo do laboratório – pode demorar horas.

Com a nova técnica, as usinas que produzem biodiesel no país poderiam ocupar seus reatores somente o tempo necessário até a reação estar completa, diminuindo parte dos custos operacionais e aumentando a produtividade.

Tais benefícios possivelmente se refletiriam no preço repassado aos consumidores, mas tudo isso levaria em conta uma série de variáveis. “Fatores como a qualidade da matéria-prima, tipo de catalisador e álcool utilizados, assim como temperatura da reação e a velocidade de agitação, têm grande influência no tempo demandado para o produto ser dado como completo”, ressalta o engenheiro.

A pesquisa, que recebe apoio da Petrobras e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi apresentada na 15ª edição da Rio Oil & Gas, realizada de 13 a 16 de setembro no Rio de Janeiro.

A ideia

Os benefícios do novo equipamento possivelmente se refletiriam no preço do combustível repassado aos consumidores

Criar um equipamento que possibilitasse automatizar, com base nas condições do meio reacional e não em função do tempo, as usinas de biodiesel do país, priorizando bens manufaturados no Brasil, foi uma ideia que surgiu em 2008, quando De Boni participou, em Brasília, do Estudo prospectivo – Visão de Futuro e Agenda INI Biotecnologia: 2008-2025.

Entre os objetivos do encontro estava o de tentar avaliar quais as tecnologias que teriam maior influência no desenvolvimento nacional nos próximos anos. “Esta foi uma das propostas apresentadas, mas só para daqui a oito anos ou mais. Mas por que esperar tanto? Poderíamos trazer isso para o presente“, lembra.

Para trabalhar o tema, De Boni o agregou a sua tese de doutorado intitulada ‘Utilização de sensores optrônicos para monitorar a reação de transesterificação visando à redução do aporte energético’. Os resultados positivos, porém, vieram mais rapidamente com a colaboração de Zanon, Assis e Oliveira, que acrescentaram à pesquisa conhecimentos de outras áreas.

Patentes

Em menos de um ano de trabalho, o grupo conseguiu duas patentes, uma referente ao sensor óptico para monitoramento e método para monitoramento, e outra relacionada a melhorias no reator e nos sistemas automatizados de controle.

Em menos de um ano de trabalho, o grupo conseguiu duas patentes

Há, ainda, outras duas em análise no Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT) da universidade. “As demais correspondem a partes do equipamento, que inclusive podem ser aproveitadas por outras indústrias”, destaca De Boni.

A criatividade dos acadêmicos, aliada as suas constantes pesquisas e à estrutura do Laboratório de Processos Ambientais (Lapa) e do Laboratório de Projetos Especiais (Lapem), ambos da Faculdade de Engenharia da PUC/RS, possibilitaram criar a maioria das peças usadas na invenção.

Cada parte do equipamento (que ainda é um protótipo) foi desenvolvida a partir de muito estudo e utilizando os materiais disponíveis na universidade ou, em alguns casos, adquiridos de outros fornecedores.

A meta dos pesquisadores, agora, é aperfeiçoar a invenção para que ela possa se tornar um produto comercial, licenciando a tecnologia para uma empresa de grande porte, que poderia manufaturar o equipamento com alta qualidade, garantindo a confiabilidade do processo.

Fonte: Por: Ciência Hoje / RS - Caroline Eidt -
Publicado em 24/01/2011 | Atualizado em 20/01/2011

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PREFEITURA DE VOLTA REDONDA INAUGURA PROJETO ECOÓLEO

A Prefeitura de Volta Redonda (RJ) deu um importante passo para a preservação do meio ambiente, geração de renda e trabalho e participação em projetos ligados à energia renovável, com a inauguração do Programa Ecoóleo- Associação de Coletores de Resíduos Líquidos e Sólidos-, que consiste na captação e reciclagem do óleo de cozinha usado, para ser transformado em biodiesel. A inauguração foi nesta quarta-feira (15), e o Programa funcionará no bairro São Cristovão, na Rua Vereador Francisco Evangelista Delgado, nº 1355.

 

Simbolizando oficialmente o início do projeto, o prefeito Gothardo colocou o primeiro litro de óleo na bombona (latões plásticos onde serão acondicionados os resíduos recolhidos). A unidade, de acordo com diretor do Banco da Cidadania, recolherá, neste primeiro momento, de 100 a 150 mil litros de óleo. O Programa Ecoóleo contará com um carro e duas motocicletas - doadas por empresários da cidade - para o recolhimento do material.

 

Gothardo lembrou a importância da geração de novos postos de serviço na cidade, além da preservação do meio ambiente. "Este é um projeto pioneiro e audacioso e só terá credibilidade com a continuidade do trabalho da associação de coletores", disse o prefeito, ressaltando que o empenho dos empresários do município e da comunidade será essencial para o programa.

 

Participaram do evento, o presidente do Ecoóleo Wanderlei Dias de Moura; o diretor executivo da Cesbra, Carlos Omar Polastri, empresa que utilizará a matéria-prima para a produção do biodiesel; o diretor do Banco da Cidadania e responsável pelo projeto, Ricardo Ballarini; a secretária de Esporte e Lazer, Rose Vilela; o diretor do Hospital Munir Rafful , Almir Rodrigues - filho da homenageada, D. Custódia de Souza Rodrigues, que deu nome à unidade; o coordenador do Meio Ambiente, Luiz Carlos Rodrigues; o secretário de Serviços Públicos, José Luiz Sales, o presidente da Fevre, José Luiz de Sá, além de representantes da comunidade.

Como Funciona o Programa

Já parou para pensar para onde vai o óleo de cozinha que você joga pelo ralo da pia? Pois ele seguirá para as redes de esgoto, que são despejados, em sua maioria, em rios e mares, poluindo estes locais.

Cada litro de óleo jogado no esgoto tem capacidade para poluir cerca de um milhão de litros de água, o equivalente ao consumo de uma pessoa ao período de 14 anos. O óleo é mais leve que a água, fica na superfície criando uma barreira que dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água, comprometendo assim, a base da cadeia alimentar aquática e contribui para a ocorrência de enchentes. Além disso, essa contaminação gera graves problemas de higiene e mau cheiro, atraindo baratas e ratos e ainda prejudica o funcionamento das estações de tratamento de água.

O acúmulo de óleos e gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos nas redes de coleta. Para retirar esse material e desentupir os encanamentos são empregados produtos químicos tóxicos, o que acaba criando uma cadeia perniciosa e que ainda aumenta consideravelmente os custos dos Serviços de Água e Esgoto da cidade.

A Ecoóleo

 

Associação de Coletores de Resíduos Líquidos e Sólidos já está trabalhando junto às escolas da cidade (Municipais, Estaduais e Particulares), orientando os alunos, funcionários e professores, através de palestras, cartazes e folhetos. As escolas serão cadastradas , receberão bombonas plásticas (com lacre de segurança), e serão remuneradas para cada litro de óleo vegetal coletado.

 

Mas, as pessoas que estão conscientes deste grande problema ambiental também podem participar: é só armazenar o óleo usado, já frio, em garrafas tipo PET, se possível, transparentes, e doarem nas escolas do seu bairro. É importante lembrar que não poderão ser aproveitados óleos minerais (de oficinas, de carros e tipo Nujol).

 

Os comerciantes de bares, pensões, lanchonetes, restaurantes, pastelarias, buffet, hotéis ou que trabalhem com qualquer tipo de frituras, também poderão doar para a Escola de sua preferência. É só entrar em contato com a Ecoóleo, que receberão orientações sobre armazenagem e coleta do óleo. Além de resolver o problema de destinação desses resíduos, ajudarão as escolas e receberão um selo ambiental da Prefeitura Municipal de Volta Redonda.

 

Para maiores informações e cadastro, ligue Disque Ecoóleo: (0xx24) 3339-4226. De segunda a sexta-feira, das 8:00 às 18:00 horas.
(Fonte: Ecopress com informações da Envolverde - 20/08/07, às 9h10)

 

Link: http://www.ecopress.org.br/noticias+com+baixa+repercussao/prefeitura+de+volta+redonda+inaugura+projeto+ecooleo

domingo, 16 de janeiro de 2011

INOVAÇÃO AGRÍCOLA REDUZIRÁ POBREZA E AJUDARÁ A ESTABILIZAR O CLIMA

Muitos estão buscando maneiras de aumentar a eficiência do sistema alimentar mundial já que quase um bilhão de pessoas estão famintas no mundo atualmente ao passo que 40% do estoque mundial de comida é jogado fora antes de ser consumido.

 

O *WORLDWATCH-INSTITUTE* , uma organização voltada para sustentabilidade ambiental e bem estar social, lançou o relatório ?State of the World 2011: Innovations that Nourish the Planet?, que ressalta sucessos recentes na inovação agrícola e delineia maneiras de reduzir a fome e a pobreza global enquanto minimizam o impacto da agricultura sobre o meio ambiente.

 

?O progresso apresentado neste relatório informará os governos, legisladores, ONGs e doadores, oferecendo um roteiro claro para a expansão e replicação destes sucessos em outros locais?, comentou o presidente do Worldwatch Institute Christopher Flavin.

 

O relatório foi produzido pelo Programa ?Nutrindo o Planeta?, que visa analisar as inovações agrícolas mensurando a sua produtividade, sustentabilidade, diversidade e saúde dos ecossistemas. Especialistas analisaram centenas de inovações que já estão sendo implementadas produzindo 15 maneiras comprovadas, sustentáveis e abrangentes de reduzir a pobreza e a fome ao redor do mundo.

 

Um exemplo pode ser achado no movimento para alimentos locais. Em muitos países africanos, servir produtos cultivados localmente em escolas tem sido uma estratégia de sucesso, similar aos programas ?fazenda ? para ? cafeteria? nos Estados Unidos e Europa.

 

?A comunidade internacional tem negligenciado seguimentos inteiros do sistema alimentar em seus esforços para reduzir a fome e pobreza?, comentou a co-diretora do Programa Nutrindo o Planeta do Worldwatch Danielle Nierenberg.

 

?As soluções não virão necessáriamente da produção de mais comida, porém mudando o que as crianças comem nas escolas, como os alimentos são processados e vendidos e quais tipos de negócios alimentícios estamos investindo?.

 

Em um momento em que os investimentos globais na inovação agrícola caíram de 16% para 4% em apenas duas décadas, sendo que espera-se que a crise econômica diminua mais ainda, o relatório facilita ?gastos inteligentes? ao informar as fundações e governos sobre quais os esforços que provavelmente trarão mais resultados positivos.

 

Entre as inovações detalhadas no relatório está a ?jardinagem vertical?, um método de agricultura urbana que cada vez mais está sendo praticado nas cidades ao redor da África e em outros locais do mundo. Em Kibéria, Nairóbi, a maior favela do Quênia, mais de 1 mil mulheres agricultoras estão usando esta técnica simples, barata, que conserva água e oferece uma maneira confiável e eficientes de cultivar alimentos para uma população que deve crescer 60% até 2050.

 

Na Gâmbia (país da África Ocidental), 6 mil mulheres organizaram a cooperativa de exploração de ostras TRY que resultou em um plano de manejo sustentável para um local que anteriormente era degradado devido à sobrepesca dos recursos. O governo agora está trabalhando com grupos como a TRY para incentivar e aumentar os investimentos em práticas menos destrutivas de coletar ostras.

 

Na África do Sul e Quênia, pastores estão trabalhando para preservar variedades nativas de animais cujas adaptações às condições quente e seca da região devem se tornar valiosas com as mudanças climáticas aumentando a aridez. Com 15-25 milhões de pessoas dependendo a criação de animais, a África tem mais pastos permanentes do que qualquer outro local no mundo.

 

Estima-se que 33% das crianças africanas estão passando fome ou são mal nutridas, um número que deve crescer para possivelmente 42 milhões até 2025. Em Uganda, o programa ?Developing Innovations in School Cultivation (DISC)? está trabalhando com jadinagem de vegetais nativos, educação para nutrição e habilidades de cozinha visando ensinar as crianças como cultivar variedades locais e combater o déficit de comida enquanto revitaliza as tradições culinárias nacionais.

 

 

Fonte: (*)   Morgan Erickson-Davis, do Mongabay, Traduzido por Fernanda B. Muller, Instituto CarbonoBrasil

LEGISLAÇÃO SOBRE RESÍDUOS

Por Fernando Tabet - Regulamentação da Política Nacional - Foi publicado no dia 23.12.2010 o Decreto Federal n.º 7.404/2010, que regulamenta a Lei Federal n.º 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos, ou “PNRS”).


Primeiramente, destaca-se a criação de dois órgãos: o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao qual incumbe principalmente elaborar e avaliar a implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, que, entre outras atribuições, deverá estabelecer a orientação estratégica para a implementação de sistemas de logística reversa e fixar cronogramas para sua implantação.

 

Como regra geral, o Decreto dispõe que, com base no regime da responsabilidade compartilhada, o Poder Público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade da PNRS. Para tanto, o Decreto apresenta o sistema de coleta seletiva como sendo instrumento essencial, o qual deverá ser  implementado de forma progressiva pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

 

O Decreto ainda regulamenta aspectos da logística reversa, que implica a coleta e destinação final ambientalmente adequada de determinados resíduos pelo próprio setor produtivo, na fase pós consumo.

 

Conforme estabelecido no Decreto, os sistemas de logística reversa serão implementados e operacionalizados por meio de acordos setoriais, regulamentos expedidos pelo Poder Público e termos de compromisso.

 

O Decreto também institui o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR, a ser implementado no prazo máximo de dois anos, cuja principal função será a coleta, sistematização e disponibilização de dados e estatísticas relativos aos serviços públicos e privados ligados à gestão e gerenciamento de  resíduos sólidos, bem como dos sistemas de logística reversa implantados.

Finalmente, ainda é tipificada uma série de novas infrações administrativas relacionadas com o gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo, entre outras, o descumprimento de obrigação prevista no sistema de logística reversa e a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, além da importação de resíduos sólidos  cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação


Catação de resíduos

 

Foi publicado no dia 23.12.2010 o Decreto Federal n.º 7.405, que cria o Programa PróCatador. O Programa visa promover a inclusão social e econômica dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Para tanto, o Poder Público deverá fomentar a organização dos catadores, a melhoria das suas condições de trabalho, a  ampliação das oportunidades de inclusão socioeconômica, bem como a expansão da coleta seletiva de resíduos sólidos por meio da atuação dos catadores. A coordenação, estruturação e monitoramente do Programa ficarão a cargo do Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis.

 

Benefício fiscal

 

Foi publicada no dia 31.12.2010 a Lei Federal n.º 12.375, que, entre outros, introduz alterações na legislação tributária. Dentre as alterações, merece destaque a concessão de crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI aos estabelecimentos industriais que usarem resíduos sólidos recicláveis como matéria prima na fabricação de seus produtos ou em processos intermediários na cadeia produtiva. Para se fazer jus ao benefício, os resíduos deverão ser adquiridos diretamente de cooperativas de catadores de materiais recicláveis, sendo que esse benefício será válido até 31.12.2014. O Poder Executivo Federal deverá especificar quais materiais adquiridos como resíduos sólidos serão considerados na concessão do crédito, bem como o percentual a ser usado em seu cálculo.

 

* Fernando Tabet - www.tabet.com.br / fernando@tabet.com.br

 

Parceria permite o recolhimento de óleo vegetal e mineral e pneus velhos

A Prefeitura de Carapebus através da Secretaria de Meio Ambiente e Turismo firmou parceria com a Prefeitura de Quissamã junto a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, que consiste em recolher óleo mineral (usado em máquinas), óleo vegetal (de cozinha) e pneus usados para serem encaminhar para uma empresa de reciclagem daquele município.

A secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Carapebus solicita à população que armazene o óleo, de preferência em garrafas de plástico transparente. O produto não precisa ser peneirado ele pode ser entregue na própria secretaria que cuidará do envio para reciclagem.

Frequentemente utilizado em frituras, o óleo, prejudica ao meio ambiente e quando é jogado no ralo da pia, provoca entupimento nas tubulações das redes de esgoto, aumentando em até 45% os custos no reparo das redes.

Com a reciclagem do óleo é possível fabricar biodiesel, sabão em pedra para roupas, tintas, verniz, massa de vidro entre outras matérias primas que são descartadas de forma irresponsável. Quando vai para os rios o óleo, cria uma camada fina sobre a superfície da água prejudicando a oxigenação da mesma, e quando jogado direto no solo impermeabiliza a terra. Cada litro de óleo despejado no esgoto tem potencial para poluir cerca de um milhão de litros de água.

Já os pneus quando queimados, prejudicam o meio ambiente poluindo o ar durante a queimada, e quando reciclado, sua borracha é usada em sofá, solado de sapato, na produção de rodos, matéria prima para asfalto entre outros.

O secretário de Meio Ambiente e Turismo Roberto Carlos Batata, fala sobre a importância da reciclagem que evitará que a população jogue o óleo pelo esgoto ou direto no solo. “Estamos enviando a cada 15 dias todo o material recolhido para Quissamã. Está semana vamos mandar 3 mil pneus e 400 litros de óleo com o apoio da secretaria de Serviços Públicos” finaliza o secretário.

Para o prefeito Amaro Fernandes este apoio recebido da prefeitura de Quissamã é fundamental para o município que tem o propósito em preserva seus recursos naturais. “Com a reciclagem, aumenta a geração de empregos, diretos e indiretos, promove a consciência da população e preserva o meio ambiente”, finaliza o prefeito.

 

 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Izabella Teixeira mira o desenvolvimento das cidades em sua gestão na pasta do Meio Ambiente

Para ministra, lixo e esgoto também são desafios ambientais

Izabella Teixeira mira o desenvolvimento das cidades em sua gestão na pasta do Meio Ambiente

A bióloga Izabella Teixeira, 49 anos, fala rápido e lança questões dentro das próprias afirmações. Especialista em avaliação ambiental estratégica, a ministra do Meio Ambiente repete várias vezes a expressão "ampliar o debate" ou "construir a agenda", traindo a base técnica de quem tem doutorado em planejamento ambiental. Talvez por isso, e por lembrar que 80% da população brasileira vive em zona urbana, Izabella mire as cidades em sua gestão.

"Lixo e esgoto são dois dos principais problemas ambientais deste país", diz, ao lembrar também que é preciso dar novo desenho à dinâmica de mobilidade das cidades brasileiras. Fala, emocionada, da invisibilidade dos catadores de lixo em um País campeão de reciclagem, mas que não os enxerga nem reconhece nas políticas públicas. "Eles, os catadores, são verdadeiros ecologistas de plantão."

Nascida em Brasília e funcionária de carreira do Ibama há 26 anos, Izabella fala em consenso e convergência. É assim que enxerga as políticas de clima e de biodiversidade, de recuperação de áreas degradadas a partir de estudos de viabilidade econômica, das políticas ambientais em harmonia com as de desenvolvimento. "Caso contrário", vaticina, "cada um vai para um lado."

Braço-direito do então ministro Carlos Minc, assumiu a pasta em abril de 2010, quando ele deixou o MMA para lançar a campanha a deputado estadual no Rio de Janeiro, e foi confirmada no cargo pela presidente Dilma Rousseff.

Sem o espírito midiático do antecessor e muito diferente da personalidade inspiradora de Marina Silva, a nova ministra fala em diálogo: "O Ministério do Meio Ambiente tem que ser um ministério facilitador, que formule políticas com outros parceiros. Nós não fazemos nada sozinhos", explica em frase-síntese da marca que quer imprimir à sua gestão.

Ela parece também querer dar ares internacionais ao ministério, acompanhando a estatura que o país começa a assumir. Diz que o Brasil tem que liderar a pauta de florestas no mundo e que, aqui dentro, há que se pensar no aumento das áreas protegidas no mar. Enxerga os outros países amazônicos como parceiros e pretende trabalhar projetos em comum. Passou o último dia do ano reunida com uma delegação chinesa, falando sobre planejamento estratégico dos recursos hídricos. Tem na mesa um projeto que lhe é particularmente caro e está discutindo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário - dar destino nobre ao enorme volume de madeira ilegal apreendida na fiscalização do desmatamento. Ela pretende articular um programa de construção de casas aos povos da floresta, que não vivem em habitações de alvenaria. "A partir do crime ambiental a gente traz cidadania ambiental", imagina. A seguir, trechos da entrevista que ela concedeu ao Valor:

- Quais são as suas prioridades neste início de gestão?

Na agenda ambiental é meio complicado dizer onde priorizar. Melhor pensar o que é estratégico.

- Qual será a sua marca no ministério?

Quero mencionar quatro ou cinco coisas que serão importantes na gestão. O Brasil tem uma importância estratégica no cenário internacional nas questões ambientais. É um líder e tem que assumir essa liderança não só no setor público como no privado. Temos que atuar entendendo quais as implicações dos
grandes debates econômicos e sociais do planeta nas questões ambientais. E não ficar restritos aos fóruns tipo conferências, mas participar de reuniões que sejam importantes.

- Por exemplo...?

Se há uma discussão relevante em fóruns econômicos, ou em relações bilaterais, com a Alemanha, Portugal, China, é fundamental que o ministério participe com uma agenda sólida de debate e interlocução.

- No dia 31 de dezembro, a senhora se reuniu com uma delegação chinesa. Qual a pauta?

O chefe da delegação era o ministro dos Recursos Hídricos da China e nós fechamos um entendimento de cooperação em recursos hídricos. Aliás, temos muito interesse na cooperação ambiental com a China.

- O que isto significa?

Cooperar na experiência de gestão estratégica e de riscos no planejamento de recursos hídricos, e no uso desses recursos, em particular para a geração de energia. Nós fizemos o plano estratégico do Araguaia-Tocantins, por exemplo, em que se prevê a conciliação do uso múltiplo das águas com a agenda do desenvolvimento. Os chineses têm interesse nisto.

- Eles têm interesse no jeito em que a gente faz esses estudos?

Na maneira em que a gente faz, na formação e qualificação de quadros, na troca de experiências e de tecnologias.

- E como é que vocês fazem? Olham a bacia hidrográfica e estudam seu uso?

A Agência Nacional de Águas faz os planos estratégicos das bacias hidrográficas do país. Estamos discutindo agora, por exemplo, a margem direita do Amazonas. Planejamos, em função dos vários usos, sugerimos os limites e damos diretrizes de como aquilo pode ser usado. Já estão ali as usinas hidrelétricas desenhadas e as futuras. No caso do Araguaia-Tocantins, a reflexão que fizemos em relação à importância da biodiversidade local, do turismo, do abastecimento, do uso para irrigação e para a pecuária levou o presidente Lula a decidir excluir o Médio Araguaia de qualquer aproveitamento hídrico com relação à geração de energia.

- E é nesse tipo de coisas que os chineses estão interessados?

Estão interessados no uso de instrumentos como esse para tomada de decisão.
Também estão interessados no nosso monitoramento de vulnerabilidade a enchentes.

- A senhora tem dito que tem uma agenda imensa de trabalho. Por onde começar?

Na pauta da biodiversidade, temos um desafio monumental de trabalho para os próximos dois anos, no pós-Nagoya, com vistas à CoP-11, na Índia, onde vamos discutir os recursos financeiros necessários. Até lá pretendemos ter consolidado nossas áreas protegidas, mas também pensado na sua expansão, especialmente nos ecossistemas marinhos e costeiros, onde está nossa maior deficiência. As metas de Nagoya recomendam que se tenha 17% de áreas protegidas nos ecossistemas terrestres e 10% nos marinhos. No mar nós só temos 1,5%.

- Temos que discutir onde fazer estes parques?

Onde, como, se são só parques, se podemos conciliar usos, como potencializar recursos. Vamos ter que discutir com toda a sociedade. Aí tem a convergência de biodiversidade com a agenda de clima. Temos que pensar onde podemos estar mais vulneráveis, onde está o risco. Sem falar nas florestas, que é um tema absolutamente estratégico para o Brasil. Somos o país com a maior extensão de florestas do planeta e temos que ter liderança nessa agenda. Precisamos pensar não só na conservação, mas na recuperação de áreas degradadas com uso econômico de maneira sustentável. Temos que pensar quais as áreas degradadas
deste país e qual a economia que podemos associar a elas.

- Qual é esta área, quanto temos de áreas degradadas?

Esse número é um mistério. Já ouvi desde 20 milhões a 60 milhões de hectares. Cada um diz uma coisa porque cada um tem um conceito sobre o que é área degradada. Aqui temos que ter a visão da expansão da infraestrutura no Brasil para pensar em custos e competitividade. Podemos ter área degradada onde não se consegue implantar nada porque não se consegue transportar.

- Está longe de tudo?

Porque ali as estradas deixaram de existir ou transportar por estradas não é a melhor via. Qual é o modelo? São vários, não há um único. Mas é claro que em um país com esta extensão e que, no cenário mais conservador, tem 20 milhões de hectares de áreas degradadas, não tem sentido desmatar e perder biodiversidade. Se tivermos uma reflexão de natureza estratégica e econômica, poderíamos construir ali, a médio prazo, situações que chamamos de win-win. Temos que ver qual é a lógica de mercado, que mercado queremos induzir nessas áreas e cruzarmos com as questões sociais. Um exemplo disso é o exitoso projeto de óleo de palma, em escala menor, que o presidente Lula lançou em 2 milhões de hectares no Pará, em 2010. Queremos mostrar que é possível incrementar a produção agrícola, da agroecologia, da agricultura familiar, ter floresta plantada, ter incremento tecnológico e não provocar desmatamentos.

- Isso na Amazônia...

No Cerrado ou até na expansão urbana. Um exemplo que acho fascinante foi o que aconteceu no Rio, com a Ingá Mercantil, que faliu na baía de Sepetiba.
Cada dia que chovia no Rio de Janeiro a gente achava que aquilo podia romper
e contaminar de metais pesados a baía, era um enorme passivo ambiental.
Fizemos um arranjo econômico, houve um leilão, aquilo está sendo
modernizado. Não tive de abrir novas áreas e recuperei a baía. Quando a
gente fala de área degradada não é só rural. Isto é importante, 80% da
população do Brasil é urbana. Temos que discutir a qualidade ambiental
urbana. Vamos resgatar, com o Ministério das Cidades, a pauta das cidades
sustentáveis. Tem muito o que debater, as áreas protegidas nas áreas
urbanas, que pouco se fala no Brasil, por exemplo. Não discutimos qual é o
processo de expansão das cidades nos diversos biomas. A dinâmica de expansão
das cidades na Amazônia não é a mesma da dinâmica de expansão de cidades no
Centro-Oeste ou no Sudeste.

- Cidades sustentáveis? O que tem em mente?

Temos que trabalhar a mobilidade nas cidades e a poluição do ar associada a isso, e ainda, relacionar com um tema maior, que é o clima. Precisamos dar coerência às políticas ambientais. É importante que tenham coerência e convergência com as políticas de desenvolvimento. Caso contrário, cada um vai para um lado. Há uma pauta riquíssima em saneamento, em resíduos
sólidos. O cidadão brasileiro tem que se apropriar da temática ambiental
além da fronteira da fiscalização e do licenciamento. Isso tem a ver com a
qualidade de vida dele, principalmente de quem vive nas grandes cidades

- O que quer dizer?

Tem que compreender que é parte da construção dessas soluções. Fizemos uma pesquisa em 2009 sobre produção e consumo sustentáveis, que mostra o que as pessoas pensam sobre meio ambiente. A reciclagem, todo mundo acha ótimo, é surpreendente. Em 11 capitais, em todos os perfis de renda, todos concordam
que a reciclagem é um passo estratégico para o ambiente. E quando se pergunta quais são os atores responsáveis pela reciclagem, 63 % apontam os catadores. Mas não se fala qual é o papel do catador nas grandes cidades brasileiras. Se os tirarmos das ruas, e eles são 800 mil, quanto temos que adicionar de serviço público? Essa é uma pergunta que nunca ninguém faz. Há um grande preconceito social em relação ao catador, as políticas públicas não o enxergam, não se inclui o catador na economia formal, as prefeituras não os remuneram. E isso é um desafio, reconhecer esses ecologistas de plantão. Sem falar que temos pela frente uma grande provocação.

- Uma provocação? Qual?

Os grandes eventos que o Brasil vai sediar nesta década. Temos a Rio +20, a Copa, as Olimpíadas. São grandes intervenções que vão falar de temas ambientais. Vamos falar de sustentabilidade olhando para o futuro. Somos um país urbano.

- Mas algum dia vamos enxergar que as estradas da Amazônia são os rios?

Temos que enxergar. As culturas locais têm que ser respeitadas. Vamos trabalhar com as populações tradicionais, com os assentados, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Temos um projeto de habitação rural que leva em conta que eu tenho 1 milhão de metros cúbicos de madeira apreendidos. Quero transformar isso em casas de madeira para populações tradicionais e assentados. Vamos ver se é viável e fazer. Temos responsabilidades com esse pessoal, eles cuidam da floresta para a gente e o Ministério do Meio Ambiente não cuida só da fauna e da flora. Assim, a partir do crime ambiental a gente traz cidadania ambiental, na forma de casas dignas para as populações extrativistas. E respeita a sua cultura.

Eles não vivem em casas de alvenaria.

Fonte: JC e-mail 4176, reportagem de Daniela Chiaretti, para o  Valor Econômico, 12/1/2011.

daniela roberta slongo | advogada

Secretária da Comissão de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil

- Seccional Paraná

Advocacia e Consultoria Jurídica Socioambiental