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domingo, 6 de março de 2011

PRIMEIRA REUNIÃO DO FUNDO VERDE DO CLIMA DEVE SER ADIADA

O Fundo Verde do Clima, proposto para diminuir os efeitos das alterações climáticas em países emergentes foi aceito na Cúpula de Cancún, em dezembro de 2010. Foi decidido um pacote de medidas para limitar o aumento das temperaturas em dois graus Celsius e  ficou estabelecido que o fundo chegaria a US$ 100 bilhões anuais até 2020. Também foi sugerido que as nações em desenvolvimento restringissem suas emissões de gases do efeito estufa (GEEs), trocando suas fontes de energia fósseis por renováveis e criando formas de reduzir os impactos de desastres naturais, como ondas de calor, secas, enchentes, tempestades e o aumento dos níveis do mar. Mas a ideia de começar o fundo ainda este mês deverá ser adiada, pois grande parte dos países não decidiu quais serão seus representantes. Os grupos da Ásia, América Latina e Caribe ainda estão em debate para saber quais nações mandarão delegados ao encontro da ONU, que reunirá quarenta países na Cidade do México.

 

John Ashe, de Antígua e Barbuda, que representa o grupo latino americano e caribenho, no qual 14 países disputam sete vagas ao comitê de planejamento do fundo, duvidou que o assunto pudesse ser resolvido antes da metade do mês. “Proceder com a reunião será quase impossível sem que todos os delegados estejam lá”, afirmou.

 

O grupo asiático anunciou que não conseguirá escolher sete representantes antes de abril. “Deve ser difícil que haja a reunião”, confirmou Artur Runge-Metzger, diretor da delegação da União Europeia. Muitos países querem ter certeza que seus interesses serão representados, mesmo nas discussões preliminares. Os estados asiáticos participantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), por exemplo, querem garantir uma compensação pela perda de lucros com petróleo se houver mudança para fontes renováveis.

 

Dentre os continentes que já decidiram seus representantes, a África escolheu Egito, República Democrática do Congo, Marrocos, Burquina Faso, Etiópia, Gabão e África do Sul dentreos 21 candidatos preliminares. Oito delegados da Europa foram definidos, mas a disputa pelas vagas remanescentes do comitê é grande.

 

Os países chamados BASIC (sigla em inglês para Brasil, África do Sul, Índia e China) criticaram a organização do encontro por não se guiar pelo próximo fórum climático da ONU, que acontecerá de três a oito de abril em Bancoc. “A decisão de fazer um encontro do comitê de transição antes mesmo de muitos blocos indicarem seus membros foi prematura” declarou conjuntamente o BASIC depois de uma discussão em Nova Déli.

 

Runge-Metzger revelou que com tudo isso é menos provável que o encontro de março aconteça, embora a reunião possa ser transformada em uma sessão informal, aberta a todos os países. Já Ashe acredita que o adiamento não é necessariamente um contratempo. “Se essa reunião não acontecer em março, outras podem ser realizadas nos próximos meses”.

 

A diretora da UNFCCC, Christiana Figueres, afirmou que “os governos devem implementar rapidamente o que foi acordado em Cancún”. Na segunda-feira (28), a secretaria lançou um portal para monitorar o progresso dos acordos de Cancun; a lista do comitê de transição ainda está vazia.

Por: Redação TN / Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil -   agências internacionais. 04/03/2011

 

 

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