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terça-feira, 15 de março de 2011

CIENTISTAS DO INSTITUTO DE QUÍMICA E BIOTECNOLOGIA DA UFAL DESENVOLVEM REAÇÕES QUÍMICAS DE OLHO NA ECONOMIA

 

Pode soar estranho, mas é justamente nos momentos de crises econômicas que as maiores inovações são produzidas no mundo científico. O desenvolvimento do biodiesel é um dos maiores exemplos disso: foram nas crises do petróleo que diversos pesquisadores começaram a pensar numa alternativa de combustível para as nossas necessidades

 

Conforme Simoni Meneghetti, pesquisadora do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Ufal, foi a partir de 1937, com o primeiro patenteamento da metodologia de obtenção de biodiesel, que se iniciaram as pesquisas no desenvolvimento desse combustível. “Mas ele ganhou maior destaque com as crises do petróleo na década de 80, época em que o nosso Proálcool começou, e com a crise de 2000, com a valorização do petróleo”, acrescenta Simoni.

 

O Biodiesel é produzido a partir de óleos e gorduras vegetais ou animais. Mas não é só visando a necessidade de buscar alternativas para o petróleo que as pesquisas são desenvolvidas nas universidades. Na Ufal, o Grupo de Pesquisa de Catálise e Reatividade Química (GCaR) – formado pelos professores Mario Meneghetti, Simoni Meneghetti, Rusiene Almeida e Daniel Thiele, pós-doutorandos e alunos dos cursos do Instituto, de Engenharia Química e Farmácia –, desenvolve estudos para o melhoramento da eficácia na produção desse combustível e de outros produtos nas áreas de Oleoquímica, que são desenvolvidos pensando-se na substituição dos produtos utilizados na área de petroquímicos, por exemplo. Além disso, o grupo estuda a Síntese de Materiais Nanoestruturados, Compostos Organometálicos e Metalo-fármacos.

 

O grupo atua no desenvolvimento e inovação tecnológica de novos catalisadores com potencial de aplicação na área de obtenção de biocombustíveis e materiais, fazendo com que os processos ocorram de maneira mais rápida e eficiente. Os catalisadores são responsáveis por acelerar as reações sem serem consumidos durante o processo.

 

“Desenvolvimentos nessas áreas proporcionam, por exemplo, que se utilize menos água, energia e um menor número de etapas num processo, gerando um menor custo. Por exemplo, hoje se produz biodiesel com a soda acústica. Mas esse processo requer 15 litros de água para purificar apenas 1 litro de biodiesel. Atualmente, indústrias ainda podem dispor de muita água, mas com o cenário político e ambiental do futuro, talvez não possamos arcar com esses custos, daí a necessidade em desenvolver pesquisas na área dos catalisadores. Apesar dessa água ser reciclada, isso apresenta um custo muito grande para a indústria”, explica Simoni.

 

Os novos catalisadores produzidos pelo grupo de pesquisa serão utilizados na obtenção de biodiesel e de materiais que serão empregadas nas indústrias químicas. Como fruto das pesquisas, o IQB já iniciou alguns processos de patenteamentos desses produtos. Mais recentemente, o Instituto vem desenvolvendo pesquisas na área de obtenção de hidrogênio e carbono ordenado a partir da decomposição catalítica do gás natural. Além disso, vem atuando na elaboração de novos metalo-fármacos, complexos metálicos com propriedades farmacológicas, com resultados bastante promissores.

 

As atividades de pesquisa do Grupo vêm sendo reconhecidas pela comunidade acadêmica, através de prêmios em congressos, participação em processos de avaliação de cursos de pós-graduação. “Para isso o grupo conta com uma excelente infraestrutura laboratorial para realização de sínteses e reações catalíticas, bem como de equipamentos para análise e caracterização de diversos produtos e materiais”, ressalta Simoni.

 

Fonte: Ufal - Assessoria de Comunicação - ASCOM

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