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segunda-feira, 11 de junho de 2012

COPPE E PNUMA INAUGURAM INSTITUTO DE TECNOLOGIAS VERDES

Um novo espaço para o diálogo internacional e a formação científica no campo da tecnologia, geração de empregos e economia 'verdes' foi inaugurado ontem (4) pela Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Trata-se do Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego ou GIGTECH (Global Institute for Green Technology and Employment), lançado com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da Secretaria de Meio Ambiente do estado do Rio de Janeiro

 

A inauguração do instituto se insere na programação pré-Rio+20 e reuniu à mesma mesa a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; o chefe da Divisão de Política Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores, embaixador André Corrêa do Lago; o diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner; o secretário de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc; o reitor da UFRJ, Carlos Antônio Levi; e o diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa. 

 

 O GIGTECH, cuja sede fica no Parque Tecnológico da Cidade Universitária, vai integrar ações e atividades voltadas para o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. O local também vai abrigar o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) e o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), ambos já sediados na Coppe e dedicados a estudos sobre clima e aquecimento global. 

 

 Empregos verdes - Convidado também a comentar o mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho e do Pnuma sobre empregos relacionados a tecnologias sustentáveis, Achim Steiner afirma que a transformação para uma economia mais verde poderia gerar entre 15 milhões e 60 milhões de novos empregos em todo o mundo, o que retiraria dezenas de milhões de trabalhadores da pobreza. "É uma mudança fundamental", ressalta

 

Por sua vez, o embaixador André Corrêa do Lago sugeriu que as universidades fossem "modelos de desenvolvimento sustentável", servindo como exemplo para o resto da sociedade. O diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, lembrou alguns projetos desenvolvidos no instituto que têm como objetivo garantir empregos protegendo o meio ambiente, como usinas de energia movidas a ondas e produção de cimento com baixa emissão de carbono. E lembrou que a energia eólica, atualmente representando 0,8% da produção elétrica nacional, deve crescer mais de 500% entre 2010 e 2015. 

 

 A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirma que a criação do instituto, além de proporcionar inovação tecnológica, "vai aproximar os temas do dia a dia do brasileiro e fazer as pessoas entenderem que [não importa] se é verde ou 'rainbow', a gente quer uma economia sustentável, com muita objetividade". "Não somos um país de síndicos e sim um país com a missão de tomar decisões, de pensar", pontua. 

 

 Rio+20 - Izabella reforça que a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, cujas atividades começam na próxima semana, "não é uma conferência modelo para documentos". "Isso foi a Rio 92. Agora é hora de os países desenvolvidos colocarem sobre a mesa seus projetos, e não apenas os países em desenvolvimento", lembra, ressaltando a importância de trabalhar com os três pilares (econômico, social e ambiental) integrados. "Queremos expandir o debate, não é uma questão de engenharia ou economia, e sim de sobrevivência. É preciso que um número mais amplo de pessoas se envolva", completa o reitor da UFRJ, Carlos Antônio Levi. 

 

André Corrêa do Lago revela que as últimas negociações em torno dos assuntos da conferência apresentaram "progressos". "Os grandes temas estarão presentes, é só uma questão de como redigir para que sejam aceitos pelos países. Mas estamos muito próximos de ter um documento que crie os instrumentos para passarmos a uma fase mais efetiva da utilização do paradigma de desenvolvimento sustentável", assegura, recordando que a ideia é equilibrar os Objetivos do Milênio e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

 

No entanto, grande parte dos impasses se origina das divergências de interesses de países desenvolvidos e em desenvolvimento. "Está sendo muito difícil para os países em desenvolvimento avançarem em certos temas porque os desenvolvidos não estão se mexendo em meios de implementação, que são os recursos financeiros e a tecnologia. Os países desenvolvidos estão muito duros na negociação", explica Lago. 

 

 O embaixador acredita que a mudança dos padrões sustentáveis de produção e consumo será um dos "maiores estímulos à economia mundial". E que o Brasil é o país que "absorve de maneira mais natural a agenda do desenvolvimento sustentável". "Em várias áreas o Brasil já é líder e a inauguração de um instituto como esse é a demonstração do desejo do País de ir mais além, pois tem o potencial de ganhar com essa agenda mais do que qualquer outro em desenvolvimento", conclui. Fonte:Jornal da Ciência

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