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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

No Amazonas, ''bolsa'' complementa a renda

No meio da floresta amazônica, o pagamento por serviços ambientais gera renda para famílias que se comprometem a não desmatar.

 

No Amazonas, o exemplo mais concreto é a Bolsa Floresta. O projeto paga famílias e comunidades extrativistas que habitam 14 das 41 unidades de conservação (UC) localizadas no Estado. Os recursos são pagos pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), uma parceria entre o governo do Estado e empresas privadas, como Bradesco, Coca-Cola e Marriot, e que tem à frente o ex-governador Virgílio Viana.

 

"O desafio é histórico - valorizar os serviços ambientais providos pelas florestas amazônicas. E esse desafio alcança uma nova contemporaneidade por causa das mudanças climáticas", diz Viana, que ressalta o fato de o projeto ser o primeiro no País a obter a certificação CCBA (Climate, Community and Biodiversity Alliance), de desmatamento evitado na Amazônia, conferido pela certificadora alemã TÜV-SÜD. Na ponta do lápis, 6.144 famílias, cerca de 27,6 mil pessoas, recebem uma complementação de renda mensal de R$ 50. Além disso, as associações comunitárias das UCs incluídas no programa recebem por mês R$ 2,4 mil para fortalecer suas atividades.

 

O exemplo amazonense inspirou o governo federal, que estuda criar um tipo de Bolsa Floresta para beneficiar famílias, cooperativas e grupos que mantiverem a floresta amazônica em pé. A expectativa é de que o gasto fique em torno de R$ 400 milhões - cerca de 5% do que é aplicado por ano no programa Bolsa Família. O próprio governo poderia revender os créditos de carbono referentes ao desmatamento evitado para reaver os recursos. "Apresentamos a ideia e o Ministério da Fazenda gostou do conceito", disse Tasso Azevedo, consultor do Ministério do Meio Ambiente.

 

REDD

 

Após uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e governadores da Amazônia, o Brasil começou a rever sua posição sobre a inclusão do desmatamento evitado no mercado de carbono e já aceita negociar a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD) nos países em desenvolvimento como um mecanismo de compensação para o cumprimento das metas das nações desenvolvidas. A posição que o País levará em dezembro para a cúpula de Copenhague deve ser definida até outubro.

 

A posição atual do Brasil, defendida nas negociações preparatórias da ONU para Copenhague, é contrária ao REDD como mecanismo compensatório. Mas os Estados amazônicos acreditam que o mercado será estimulado se os créditos forem compensatórios.

 

7.799 hectares

de florestas do Amazonas terão o desmatamento evitado com o pagamento de serviços ambientais até 2016

 

3,6 milhões

de toneladas de CO2 deixarão de ser lançadas na atmosfera

 

(*)Andrea Vialli e Afra Balazina

Link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090925/not_imp440675,0.php

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