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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Créditos de Carbono gerados pelo Desmatamento Evitado (*)

O custo de um espaço, em média com 100 hectares, onde é necessária a contratação de guardas-parque, a implantação de um plano de manejo é de aproximadamente R$ 500 por hectare por ano
 
O diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges, conta que esse é um mercado voluntário, ou seja, não gera créditos de carbono. E embora pouco se fale no assunto, a iniciativa não é nova. “Os precursores foram os donos da Posigraf que em 2003, investiram na preservação da Reserva de Uru, na Lapa”, conta. “Depois vieram outras empresa como a Rigesa, O Boticário com a Fundação O Boticário”, afirma.  

Borges ressalta que a SPVS aposta e insiste que é necessário proteger esses espaços naturais, em primeiro lugar, para depois começar a investir em viveiros de mudas para o reflorestamento. Atualmente há 19 áreas protegidas pela Sociedade.

O custo de um espaço, em média com 100 hectares, onde é necessária a contratação de guardas-parque, a implantação de um plano de manejo é de aproximadamente R$ 500 por hectare por ano. O valor é pago ao proprietário da terra que se compromete a manter a área preservada. “Geralmente é um modulagem complementar a renda que tem na propriedade e um encorajamento para manter essa área privada”, conta.

Para garantir a confiança do investidor, o segundo passo seria o de transformar os espaços em Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), com a de Uru, que pertence à família Campanholo.

Esse trabalho da SPVS que busca a participação da iniciativa privada para atuar na questão ambiental faz parte do Programa Desmatamento Evitado, cujo maior apoiador é o HSBC Seguros. Desde 2007, todos os clientes que adquirem o “Seguro Verde” ajudam a combater o aquecimento global. Por meio deste produto, o banco garante a compensação de um ano das emissões de gases de efeito estufa das residências e veículos segurados.

A cada contratação ou renovação da apólice de seguro, o cliente ganha um bônus para preservar uma área nativa de 88 m² (no caso de seguro veicular), ou de 44 m² (no caso de seguro residencial).

Segundo estimativas realizadas pela SPVS, cada carro, de médio porte e que rode cerca de 50km/dia utilizando gasolina, produz anualmente cerca de  4 toneladas de CO2. No caso das residências, o cálculo médio de emissões de poluentes (uso de gás, eletricidade, geração de lixo etc.) é de cerca de 2 toneladas de CO2.

Para Borges, proteger essas áreas tem um significado especial. “São áreas que tem centenas, milhares de anos e são de uma riqueza inestimável para a paisagem, a história e a cultura dos paranaenses e de todos os brasileiros”.

As áreas adotadas pelo programa pertencem, em geral, a famílias que conseguiram mantê-las em pé graças à sua dedicação e respeito pelo patrimônio natural. Um exemplo de dedicação ao meio ambiente é o Sítio Sossego, em Bocaiúva do Sul, do engenheiro ambiental José Orlando Crema. São 154 hectares de Floresta com Araucária, que são protegidos e enriquecidos pelas mãos do dono, há 31 anos. “Desde que meu pai comprou a área em 1978 eu sempre plantei Araucárias no sítio. Muitas eu recebi como doação, outras comprei. Hoje, são mais de 30 mil pés de Araucária plantados fora as que já estavam lá”, comemora Crema.

São 100 hectares do Sítio Sossego adotados pelo HSBC Seguros, desde 2008. Nesta área temos 12 mil toneladas de carbono estocadas. Esta é só uma das 20 áreas adotadas pelo Programa, totalizando mais de 2 mil hectares de áreas protegidas nas cidades da Lapa, Bocaiúva, Fernandes Pinheiro, São João do Triunfo, Guarapuava, Prudentópolis, Castro, São José dos Pinhais e Tibagi, no Paraná,  Itaiópolis e Alfredo Wagner, em Santa Catarina e  Santa Rita de Cássia, na Bahia. 
 
(*) 04/10/09 às 18:47  |  Ana Ehlert

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