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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

UNEP RISOE ESTIMA QUE MAIS DE 300 MILHÕES DE RCES DEVEM SER EMITIDAS NESTE ANO

UNEP RISOE ESTIMA QUE MAIS DE 300 MILHÕES DE RCES DEVEM SER EMITIDAS NESTE ANO

 

A previsão da agência de pesquisas das Nações Unidas UNEP Risoe não mudou muito em relação a estimativa do mês passado, calculando que 1,157 bilhões de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) devem estar circulando no mercado até o final de 2012.

Para alcançar este montante, as análises demonstram que cerca de 30 milhões de RCEs devem ser emitidas mensalmente neste ano. Janeiro superou esta média, com 36,2 milhões de RCEs emitidas.

 

Até agora 852 milhões RCEs foram expedidas pelo Comitê Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o índice de sucesso médio é de 94,7%. O pipeline do MDL contém agora 7.692 projetos.

 

O UNEP Risoe constatou que a fatia de projetos de MDL provenientes da China, Índia, Brasil e México finalmente começou a cair ficando em 65% no mês passado. A quantidade projetos de outros países do Anexo I do Protocolo de Quioto sob o MDL está próxima à registrada em 2005.

O mês passado apresentou também o maior número até agora de novos Programa de Atividades (PoAs), com 28 projetos submetidos à aprovação. No total, 231 PoAs foram submetidos até esta data, com 14 registrados, porém ainda não há emissão de RCEs neste segmento do MDL.

O UNEP Risoe oferece tabelas e análises do MDL e Implementação Conjunta, que  podem ser conferidas em seu site.

 

06/02/2012   -   Autor: Fernanda B. Müller   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/UNEP Risoe

 

 

CARBONO MAIS 'CARO' PODE SALVAR ESPÉCIES

 

Quanto maior o valor de mercado da tonelada de carbono não emitido na atmosfera, mais espécies de plantas e de animais que vivem nas florestas são preservadas.

 

Isso porque o sistema permite que quem tenha preservado suas florestas venda créditos a quem tenha poluído além do que determinam as convenções internacionais.

 

A política começou a ser discutida na primeira reunião do painel do clima da ONU, em 1988. A ideia é que esse tipo de negociação aconteça principalmente entre países ricos (que poluem muito) e os mais pobres (que emitem menos carbono e venderiam seus créditos). A conclusão dos pesquisadores é que quanto mais alto o valor do crédito de carbono no mercado, mais sobrevida ganham as florestas e os animais que vivem nela.

Sem as políticas de crédito de carbono, calculam os cientistas, 36 mil espécies de animais e de plantas florestais seriam extintas até 2100.

Com a tonelada de carbono a US$ 7, valor perto do que é negociado hoje, cerca de 50% dessas espécies seriam preservadas até 2100.

Se o preço subisse para US$ 25 a tonelada, a preservação aumentaria para 94% das espécies florestais.

Para o economista Bernardo Strassburg, do ISS (Instituto Internacional para Sustentabilidade), que coordenou o trabalho, negociar a tonelada do carbono a US$ 25 é bastante factível. "Em 2007, quando o mercado de crédito de carbono estava aquecido, chegamos a negociar a tonelada a US$ 34."

 

De acordo com Strassburg, o IPCC (painel do clima da ONU) considera que até US$ 100 por tonelada são aceitáveis. Hoje, o mercado de crédito de carbono está desaquecido por falta de acordo nas convenções internacionais de clima. Além disso, algumas correntes defendem que os créditos favorecem mais o mercado do que o ambiente.

 

DEPENDE DA FLORESTA

 

Os impactos dos créditos de carbono na preservação das espécies, de acordo com a pesquisa, dependem da biodiversidade da floresta e variam em cada região.

 

"Na Mata Atlântica, por exemplo, a manutenção da floresta reduziria significativamente a perda de biodiversidade do Brasil", disse o coordenador do trabalho.

 

Para o economista, é importante saber quais áreas valem mais a pena serem preservadas para direcionar políticas. Ele lembra que manter as florestas não significa ter menos áreas agrícolas.

 

"Podemos expandir a produção agrícola por meio de novas tecnologias, sem mexer nas florestas."

 

O estudo foi publicado no domingo na revista "Nature Climate Change". Agora, os cientistas planejam ampliar a análise do impacto das políticas de carbono na preservação em áreas não florestais, como as savanas.

 

Fonte: sabine righetti  -  Folha. Com

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