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terça-feira, 29 de junho de 2010

ELETRICIDADE GERADA POR BIODIGESTORES

BiodigestorUm sistema alternativo atrai a atenção de suinocultores paulistas e se transforma em forte aliado na geração de energia elétrica e redução do impacto ambiental: a produção de gás em biodigestores, o chamado biogás, formado a partir da decomposição das fezes dos animais em confinamento.

A economia gerada pela transformação do lixo orgânico em energia já conquistou nos últimos anos cerca de 1.000 produtores no Estado de São Paulo e outros 3.000 na região sul do Brasil, segundo estimativa da Embrapa Suínos e Aves. O barateamento dos custos de instalação contribui para que o produtor invista cada vez mais no projeto, criado na década de 1970 e depois aperfeiçoado.

O biodigestor oferece aos produtores de suínos a chance de se tornar auto-suficiente em geração de energia elétrica, que pode ser usada no aquecimento de leitões em creches, tratamento de água e até para suprir o próprio gerador da propriedade.

Além disso, o excedente pode ser vendido, gerando mais uma fonte de renda para a propriedade. O interesse também aumenta quando se leva em conta o barateamento da implantação (hoje um biodigestor custa, em média, R$ 25 mil) e o promissor mercado de créditos de carbono, certificados previstos no Protocolo de Kyoto.

Processo - Para a produção do biogás, o primeiro passo é a construção dos biodigestores, os reservatórios onde são processadas as fezes dos animais. Nesse tanque, os dejetos dissolvidos em água são decompostos por bactérias, que demoram de 24 a 28 dias para tratar o material. O processo gera o biogás (que é canalizado) e o biofertilizante, parte sólida restante no processo, que pode ser usada para adubar plantações.

"Os biodigestores são revestidos e isso diminui os riscos de infiltração dos resíduos nos lençóis freáticos dos aqüíferos", afirma Aírton Kunz, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves.

A criação em confinamento, segundo Kunz, é ideal para a transformação das fezes em energia. O pesquisador alerta, no entanto, que a técnica não elimina o problema ambiental. "O sistema não resolve o problema porque ainda é tecnologicamente limitado", explica.

A maior parte dos usuários de biodigestores são médios e grandes proprietários. Mas o biogás também pode ser alternativa viável para pequenos produtores. "O custo de implantação é 50% mais barato se comparado a outros sistemas de tratamento anaeróbio", diz Kunz. "Mas dependerá do que o produtor pretende implementar em termos de produção e a tecnologia utilizada", acrescenta.

Economia na conta de luz

A fazenda Água Branca, em Indaiatuba, é considerada modelo na utilização do sistema. Seu biodigestor, implantado há dois anos, recebe dejetos de 60 mil suínos. Os animais produzem diariamente 500 mil litros de dejetos, que vão para o reservatório instalado próximo ao local de confinamento.

Essa quantidade dejetos rende 450 metros cúbicos de adubo orgânico (biofertilizante) e 4.700 metros cúbicos de gás. O gás faz funcionar um gerador que fornece 100 KW/hora de energia elétrica, utilizada em atividades como o aquecimento de leitões nos galpões.

A fazenda não precisou investir no projeto. O custo de implantação foi bancado por uma empresa parceira. Mas ela já prevê retorno do negócio em cinco anos, uma vez que a utilização do biogás gera uma economia de pelo menos R$ 8 mil por mês.

O gerente de produção da fazenda Água Branca, Alessandro José de Morais, diz que a empresa pretende suprir toda a demanda de energia elétrica com o novo método. Ele destaca ainda o fator ambiental. "Hoje são 4.700 metros cúbicos de gás que deixam de ser lançados na atmosfera", afirma Morais, também responsável pela implantação do biodigestor.

Antes do sistema, os dejetos eram colocados em lagoas existentes na fazenda. Com isso, o metano resultante da fermentação era totalmente liberado na atmosfera. O gás é 21 vezes mais poluente que o gás carbônico.

A Fazenda Água Limpa, em Uberlândia, também aproveita as feze

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