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sábado, 3 de dezembro de 2011

AMÉRICA LATINA REGISTRA DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE

Forte desempenho econômico e melhoras na educação são fatores que motivaram queda nos índices de desigualdade na região

A pobreza pode estar crescendo na Europa e nos Estados Unidos, mas na América Latina, ela continua a cair. Na sua estimativa anual, lançada nessa semana, a Comissão Econômica da América Latina e do Caribe (CELAC) afirma que 30,4% da população da região vive abaixo da linha de pobreza. Estes não são apenas os números mais baixos desde que as estatísticas passaram a ser coletadas nos anos 1970 (e provavelmente de toda a história), como também sinalizam um uma queda contínua nos índices de pobreza.

Na verdade, o crescimento populacional significa que em termos absolutos, os números na pobreza não caíram tanto assim: de 225 milhões em 2002 para 174 milhões em 2011. Mas a CELAC confirma outra tendência positiva detectada por outros pesquisadores: embora a América Latina permaneça como a região mais desigual do planeta, a desigualdade de renda na região também começou a cair. Dos 18 países examinados, apenas a República Dominicana e (especialmente) a Guatemala registraram aumentos na desigualdade entre 2002 e 2008, e desde 2008, esses números só aumentaram na República Dominicana, no Equador e no Paraguai.

Há duas forças por trás desse progresso social. A maior delas é o forte desempenho econômico dos últimos anos: o PIB da América Latina teve uma expansão de 5,9% no ano passado, e muitos analistas esperam que os números desse ano estejam por volta de 4,5%. Essa forte recuperação significa que a recessão de 2008 teve um pequeno impacto na região. A maior parte desse declínio na desigualdade é atribuída aos aumentos salariais, que por sua vez, são decorrentes nas melhorias no campo da educação na América Latina. O segundo fator determinante no declínio da desigualdade são políticas sociais com alvos mais bem definidos, especialmente os programas de transferência de recursos para a população mais pobre.

Mas sustentar esse progresso pode se tornar mais difícil. Problemas em outras áreas mostram que a América Latina terá sorte se conseguir um crescimento superior a 3,5% em 2012. Aumentos nos preços de alimentos culminaram em um aumento na pobreza no México e em Honduras em 2010. E a pobreza extrema da região permanece estacionada em 13%. A CELAC também destaca um par de fatores que funcionam contra uma maior igualdade de renda. Um deles é o fato que mulheres mais pobres e menos educadas têm mais filhos, e menos acesso à saúde infantil, que mulheres mais ricas. Outro fator é que a produção está desproporcionalmente concentrada em poucas empresas grandes.

Muitos dirão que para que haja mais quedas na pobreza e na desigualdade serão necessário esforços maiores para aumentar a produtividade, para continuar melhorando a educação e para diminuir a economia informal. Mesmo no momento em que celebram seu progresso, os políticos latinoamericanos deveriam encarar esse sucesso como um motivo para ações mais incisivas.

 

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