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sábado, 3 de setembro de 2011

GOVERNO DE CINGAPURA TRANSFORMA ATERRO SANITÁRIO EM ATRAÇÃO POPULAR

Pescadores esportivos visitam o local durante o dia, e astrônomos à noite para observar o céu longe das luzes da cidadecont. Grupos escolares têm permissão de entrar nas poças formadas pela maré para procurar anêmonas e estrelas-do-mar.

Você já imaginou passear em um aterro sanitário?

Segundo o New York Times, o governo de Cingapura criou um aterro sanitário que se transformou em atração popular. Pulau Semakau, como foi denominado, é o primeiro depósito de lixo na costa.

O jornal retrata que o local, apesar das 9,8 milhões de toneladas de lixo incinerado que ficam a cerca de 30 cm abaixo da superfície, é uma ilha artificial que lembra uma reserva natural. A quantidade de visitantes foi duplicada nos últimos cinco anos. Em 2005, a ilha recebia aproximadamente 4.000 pessoas, o número subiu para 13.000, no ano de 2010.

As instalações de US$ 360 milhões incluem um quebra-mar de sete quilômetros feito de areia, pedra, argila. Além de uma geomembrana de polietileno, que acompanha a periferia da ilha para impedir vazamentos.

O lixo incinerado do continente chega em barcaças e a cinza molhada é esvaziada em fossos para um dia serem cobertos de terra, onde palmeiras e outras plantas crescem naturalmente.

Cingapura possui uma área menor que a de Rhode Island, que apresenta 3.140 km².

Diferenças em relação a outros aterros

Pescadores esportivos visitam o local durante o dia, e astrônomos à noite para observar o céu longe das luzes da cidade. Grupos escolares têm permissão de entrar nas poças formadas pela maré para procurar anêmonas e estrelas-do-mar.

Semakau é o único aterro ativo que recebe lixo incinerado e ao mesmo tempo em que dá suporte a um ecossistema florescente, que conta com mais de 700 tipos de plantas e animais e várias espécies ameaçadas.

“Mesmo operando um aterro, a biodiversidade continua a florescer”, comentou Ong Chong Peng, gerente geral do local. “Queremos manter esse equilíbrio o máximo possível.”

A fauna e a flora são tão preciosas em Semakau que o perímetro previsto do aterro foi alterado para garantir que duas florestas de mangue tivessem acesso à água doce com a mudança da maré.

Espécies protegidas como a garça Ardea sumatrana e tarambolas-da-malásia se reproduzem na ilha, e o ameaçado golfinho-corcunda-indopacífico foram vistos pelas redondezas.

Neste ano, depois de mais de uma década em operação, o lado oriental da ilha está programado para desenvolvimento e pode começar a receber lixo a partir de 2015.

Além do Semakau, existem mais dois aterros atrativos turísticamente. Em Nova York, o aterro Fresh Kills, em Staten Island, foi fechado em 2001 e será reaberto como parque em torno de 2035. Já o Japão transformou, em 1994, um velho aterro sanitário na região sudoeste de Osaka no Aeroporto Internacional de Kansai – o primeiro aeroporto marinho do mundo.

Análises

A Agência Nacional de Meio Ambiente do país garante que o sistema único do aterro reduz o volume de lixo em 90%, acrescentando que 2% da energia de Cingapura são produzidos pelos quatro incineradores do continente.

Porém, os críticos reprovam um gerenciamento de lixo baseado inteiramente com incineradores, pois estes têm períodos curtos de vida, às vezes de apenas dez anos.

Para ambientalistas do Greenpeace, a incineração simplesmente transforma o problema do lixo num problema de poluição.

“O Greenpeace é contrário à incineração de lixo por ser uma grande fonte de substâncias cancerígenas como dioxina, além de outros poluentes nocivos, como o mercúrio, e compostos orgânicos voláteis”, explicou Tara Buakamsri, diretor de campanha para o Sudeste Asiático.

Protestos públicos na Malásia e Indonésia ocorreram depois que o governo anunciou planos de construir novos incineradores. Já os filipinos os baniram em 1999 por causa dos riscos à saúde. Também existe o pequeno, mas real, risco de que o lixo contamine o oceano.

Semakau é o único aterro ativo que recebe lixo incinerado/Foto: National Environment Agency

(Fonte: Carbono Brasil)

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